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XP projeta dólar a R$ 4,70 e vê câmbio como ‘avenida’ para acelerar ritmo da queda dos juros | Moedas e Juros


O câmbio doméstico passou para níveis mais apreciados recentemente, ao recuar para R$ 4,70 por dólar nos últimos dias, o nível mais baixo em 15 meses. “A nosso ver, essa apreciação recente refletiu, em grande medida, o enfraquecimento global do dólar e o aumento (ainda que moderado) dos preços das commodities”, notam os economistas da XP, que revisaram a estimativa para o dólar no fim do ano de R$ 5,00 para R$ 4,70 e cortaram a projeção para a moeda americana de R$ 5,15 para R$ 4,85 no fim de 2024.

“Entendemos que o cenário econômico internacional seguirá relativamente benigno para o Brasil”, aponta o economista Rodolfo Margato. Ele aponta, ainda, que a revisão da projeção para o câmbio doméstico “está em linha com os fundamentos”, ao notar que os modelos da XP continuam a indicar que o valor “justo” para a taxa de câmbio está na faixa entre R$ 4,50 e R$ 5,00 por dólar.

Em revisão de cenário divulgada nesta sexta-feira (4), a XP observa, ainda, que a taxa de câmbio “é fundamental para responder” se haverá espaço para acelerar o ritmo de corte dos juros. No momento, a casa espera cortes de 0,5 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que levariam o juro básico a 11,75% no fim deste ano.

“Os mercados futuros apreçam alguma probabilidade de corte de 0,75 ponto percentual nos próximos meses. Não vemos o cenário econômico mudando muito à frente, então essa probabilidade parece baixa. Isto posto, se os influxos externos se intensificarem e o câmbio se fortalecer de forma sustentável para, digamos, abaixo de 4,5 reais por dólar, o Copom pode optar por acelerar o passo”, afirma o economista-chefe da XP, Caio Megale.

Ele, porém, acredita que os riscos fiscais são um obstáculo para um afrouxamento monetário mais substancial em 2024. “O Copom retirou o fiscal do balanço de riscos para a inflação, mas permanecemos cautelosos. As despesas do governo continuarão a crescer bem acima da inflação no próximo ano, e a receita primária adicional necessária para equilibrar o orçamento permanece incerta. Assim, se o Copom de fato pretende convergir a inflação do IPCA para perto da meta de 3,0%, vemos a Selic terminal em 10%”, afirma Megale.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

dólar — Foto: Getty Images



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