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Reserva Ink produz 7 mil camisetas por dia e se torna o negócio que mais cresce no AR&Co | Negócios


“Nada na companhia cresce hoje na velocidade da Reserva Ink.” A frase é de Rony Meisler, cofundador da Reserva e CEO do Grupo AR&Co. A plataforma lançada em 2020, com o objetivo de ajudar empreendedores a criar e impulsionar negócios no ramo da moda, é “lucrativo desde o ano um” e chegou ao ápice nos últimos dois meses – as vendas cresceram 450% no primeiro semestre de 2023. Agora, a meta é turbinar o negócio e atrair ainda mais empreendedores.

A empresa não divulga o faturamento da Reserva Ink individualmente, mas a AR&Co (que compreende Reserva, Reserva Mini, Oficina Reserva, Reserva Go, Ink, Simples, Reversa e Baw) reportou uma receita de R$ 332,4 milhões no segundo trimestre de 2023, um crescimento de 32,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Reserva Ink nasceu em fevereiro de 2020 como uma plataforma de venda de camisetas e acessórios sob demanda, a partir de duas soluções: a “faça você mesmo”, uma ferramenta da Reserva que permite a customização de peças, e um marketplace de impressão têxtil sob demanda criado por Arturo Edo, executivo à frente da Reserva Ink. Meisler o chamou para uma parceria ao perceber que o negócio poderia ser estendido para o B2B.

“Usávamos a mesma tecnologia de impressão têxtil para imprimir as camisetas da Reserva, mas sempre entendemos que poderíamos usar para as pessoas empreenderem fazendo suas marcas na internet, com fullfilment e fullcommerce à disposição delas”, explica Meisler.

Atualmente, a plataforma tem mais de 40 mil vendedores cadastrados e quase 30 mil ativos – que realizam ao menos uma venda por mês. Alguns chegam a ter faturamento mensal de até R$ 1 milhão, de acordo com Edo. A Reserva Ink também criou uma frente para atender grandes empresas que queiram produzir camisas para equipes, por exemplo. Nesse caso, a contratação é feita de forma direta, sem plano de assinatura.

O espaço destinado à Reserva Ink era um galpão no bairro de Benfica, no Rio de Janeiro, com apenas dez impressoras. Com o crescimento, precisou mudar de sede para um armazém logístico maior, o mesmo utilizado pela Amazon na região. Hoje, além das camisetas, a empresa trabalha com bonés, camisas, cropped, entre outros tipos de peças.

No começo, era necessário ter uma assinatura paga para usar o serviço. Hoje é possível fazer o cadastro gratuitamente e vender até dez camisetas. “Temos trabalhado muito também na Universidade Ink, investindo em conteúdo próprio ou feito por influenciadores para ajudar as pessoas a tirar o negócio do zero e chegar a um volume enorme de vendas” afirma Edo. De acordo com ele, a ideia é que abrir uma loja seja “tão fácil quanto abrir uma conta no Instagram”.

Arturo Edo, cofundador da Reserva Ink — Foto: Divulgação
Arturo Edo, cofundador da Reserva Ink — Foto: Divulgação

Hoje, a assinatura mensal vai de R$ 159 a R$ 1.499. Quanto maior o volume de venda, mais cara é a mensalidade e maior é o número de recursos disponíveis para o vendedor. “Temos um parque de máquinas de R$ 25 milhões. Hoje essa taxa não pagaria nem a segurança do galpão, e o empreendedor tem acesso a todos os nossos recursos.” Além da mensalidade, o vendedor paga um valor fixo pela peça — a partir de R$ 44 — e lucra o que cobrar a mais na venda final.

Atualmente, as máquinas destinadas para a produção da Reserva Ink confeccionam entre 7 mil e 7,5 mil peças por dia. Edo conta que alguns vendedores chegam a encomendar cerca de 5 mil camisetas por mês. O tempo de produção das camisetas é de até três dias. Finalizado o processo, o envio é feito em até um dia nas capitais.

Na lista de parceiros há alguns nomes ilustres, como o do Botafogo. “Toda ‘trend’ que viraliza, eles fazem uma camiseta”, diz Meisler. No entanto, a maior parte é de pequenos empreendedores.

Meisler explica que a ideia é que o empreendedor precise lidar com os principais desafios de um negócio do gênero: custos, estoque, logística e, agora, produção das artes. Para facilitar este último quesito, a empresa investiu em uma ferramenta de inteligência artificial que permite aos vendedores criarem suas artes sem necessariamente ter habilidades de design.

Sobre a possibilidade de impressão de peças com imagens protegidas por direitos intelectuais, Edo diz que cada empresa responde por possíveis infrações, mas há mecanismos de controle que tentam barrar possíveis usos de imagens sem autorização.

“Temos uma ferramenta que controla tudo que vai ser colocado na página. Milhares de estampas sobem todos os dias e o programa faz uma varredura. Mas também recebemos as denúncias e derrubamos”, diz Edo.

A Reserva Ink permite que os vendedores façam transações como pessoa física, sem a necessidade de abertura de um CNPJ ou emissão de nota fiscal. No entanto, o recomendado é que este faturamento seja de até um salário mínimo. Depois disso, a própria plataforma solicita que a pessoa se regularize para continuar a usufruir dos serviços. “Inclusive, estamos buscando parcerias de empresas grandes de contabilidade para atender a esse nosso cliente, que é muito específico”, afirma Edo.



PEGN

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