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Produção industrial no Brasil e indicadores de atividade na Europa e China marcam o dia | Bolsas e índices


Nesta terça-feira investidores repercutem novos dados econômicos desanimadores vindos da China enquanto aguardam indicadores de atividade da Europa e da produção industrial aqui no Brasil. Os agentes financeiros também ficam de olho nas movimentações de Brasília para avançar com a agenda econômica.

Hoje às 9h de Brasília o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados referentes à produção industrial do mês de julho no Brasil. E o resultado não foi muito animador. Mesmo com o mercado já esperando um recuo, queda foi maior do que o esperado.

A produção da indústria brasileira caiu 0,6% em julho ante junho. O desempenho ficou abaixo da mediana das estimativas de 20 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de queda de 0,4%, livre dos efeitos sazonais. As projeções iam de queda de 1,1% a alta de 0,4%.

Na comparação com o mesmo mês em 2022, a produção industrial recuou 1,1% em julho. Por essa base de comparação, a expectativa mediana do mercado era de queda de 0,5% do indicador, conforme levantamento do Valor Data. As projeções iam de queda de 1,4% a alta de 0,5%.

Ainda por aqui, os investidores acompanham as movimentações em Brasília para o avanço da agenda econômica.

Ontem, A Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal que também estabelece um limite para juros do rotativo do cartão de crédito. O texto também prevê o teto dos juros rotativos do cartão de crédito em 100%, bem abaixo da taxa média anual é de 439,24% cobrada atualmente.

Ao todo, 360 parlamentares votaram a favor do requerimento que acelera a tramitação da proposta, enquanto 18 deputados foram contra.

Outro assunto de Brasília que segue no radar é a reforma administrativa. Segundo jornais, a equipe econômica do governo e ministros devem se reunir hoje para discutir os principais pontos da medida, especialmente após uma suposta pressão feita por Arthur Lira (PP-AL). O presidente da Câmara estaria na expectativa de que a medida sirva como um sinal de que o governo está trabalhando para avançar com medidas econômicas, o que pode trazer mais confiança.

Lá fora, os olhos estão voltados para indicadores de atividade. Logo na madrugada, dados desanimadores vieram da China, o que pode repercutir negativamente no pregão de hoje.

O índice de gerentes de compras (PMI na sigla em inglês) de serviços da China caiu para 51,8 em agosto, vindo de 54,1 em julho, segundo o grupo de mídia Caixin e a S&P Global. Embora o número ainda esteja acima de 50, o que significa que a atividade está em expansão a desaceleração pode desanimar os investidores, por mostrar que a recuperação econômica da China ainda está longe de ganhar tração.

Na sequência, foram divulgados o PMI composto (que reúne dados do setor industrial e também do segmento de serviços) da zona do euro, da França, da Alemanha e do Reino Unido.

Na zona do euro, o PMI composto caiu para 46,7 em agosto, seu menor nível em 33 meses, desde novembro de 2020, segundo dados finais da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank. O dado havia registrado 48,6 em julho e 49,9 em junho.

Na França, o PMI composto caiu de 46,6 em julho a 46 em agosto, segundo os dados finais da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank. Esse é o ritmo de queda do indicador mais rápido desde novembro de 2020 e mostra uma retração da atividade.

Na Alemanha, o indicador caiu de 48,5 em julho a 44,6 em agosto, também segundo a S&P Global e do Hamburg Commercial Bank. Esse é o menor nível desde maio de 2020.

Por fim, no Reino Unido, o PMI composto caiu para 48,6 em agosto, de 50,8 em julho e 52,8 em junho, segundo dados finais da S&P Global e do CIPS. O número está abaixo de 50, portanto mostra retração. É a primeira vez que o indicador vem abaixo de 50 desde janeiro.

  • A americana UnitedHealth Group (UHG) retomou o processo de venda da Amil. Dessa vez, o grupo americano pretende se desfazer de todo o ativo no país, ou seja, a operadora com cerca de 5,4 milhões de usuários entre planos de saúde e dental, e uma rede com 31 hospitais (4,1 mil leitos) e 28 centros médicos.
  • O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, enviou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga fraude contábil na empresa uma carta em que acusa os acionistas de referência da companhia, o trio Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles, de participarem ativamente da gestão financeira da empresa. “Me tornei conveniente ‘bode expiatório’ para ser sacrificado em nome da proteção de figuras notórias e poderosas do capitalismo brasileiro”, afirma ele na carta enviada por seus advogados à CPI no dia 31 de agosto, sexta-feira, e obtida pelo Valor. Gutierrez também acusa seu sucessor, Sérgio Rial, de mentir à CPI quando disse que o trio de acionistas não tinha conhecimento do que acontecia na contabilidade da empresa.
  • Um dos mais tradicionais conglomerados do país, o Ultra caminha para retomar a trajetória de expansão de seus negócios. Depois de vender a Extrafarma e a Oxiteno e em vias de concluir o “turnaround” da Ipiranga, o grupo avalia que tem, hoje, balanço suficientemente robusto para executar projetos mais ambiciosos de crescimento e vai considerar a abertura de capital das empresas que controla, se houver condições favoráveis de mercado e necessidade de recursos adicionais para financiar movimentos mais agressivos, mais adiante.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

mundo investimento no exterior BDR — Foto: Getty Images
mundo investimento no exterior BDR — Foto: Getty Images



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