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Outbêco: franquia que nasceu nas favelas do Rio já tem unidades até em Portugal | Franquias


Faz pouco mais de três anos que o empreendedor Dani Félix abriu a primeira unidade do Outbêco na Pavuna, no Rio de Janeiro. Hoje são 126 franquias em funcionamento em cinco estados brasileiros e mais cinco em Portugal. A loja nacional mais recente abriu na primeira semana de setembro no Posto 8, na Barra da Tijuca. De acordo com ele, à exceção das unidades portuguesas, trata-se do primeiro ponto da rede fora de favelas, comunidades ou bairros periféricos. A condição do empreendedor para a “mudança”? Trazer pessoas das classes C, D e E para trabalhar e consumir.

A empresa tem outras 32 lojas negociadas que devem ser inauguradas até o fim do ano. A projeção é fechar 2023 com um faturamento de R$ 158,7 milhões.

O nome não é apenas uma mera semelhança: o negócio foi realmente inspirado na rede Outback Steakhouse, inclusive no cardápio e na proposta de atendimento. “Tem a costela e vários outros, só não usamos os mesmos nomes”, conta o empreendedor.

Félix, 49 anos, não é um novato no franchising: nos anos 2000 ele abriu uma franquia da Wizard na região da Baixada Fluminense. Foi em uma convenção de franqueados da rede de educação em 2010 que ele teve o primeiro insight para abrir um restaurante com experiência em comunidades. “Estávamos em um restaurante fino e outro franqueado me disse: já pensou o pessoal lá da sua unidade em um lugar como esse? Dez anos depois eu fundei o Outbêco com esse objetivo: colocar as pessoas nesse ambiente”, relembra. Com a falência do negócio em 2014, ele resolveu mirar o mercado da gastronomia.

Félix passou cerca de seis anos estudando o nicho, fazendo entregas de alimentos e se preparando para empreender na área. Tinha tudo pronto tirar o projeto do papel em 2020. E, não, nem a covid-19 o fez mudar de ideia.

“Nas favelas, tudo continuou funcionando e eu percebi que era o meu momento. Peguei R$ 10 mil, abri um quiosque na Pavuna e foi um sucesso absoluto. No primeiro dia, vendi todos os produtos e mais duas franquias.”

O empreendedor não poupa elogios à rede que o inspirou e diz que é um “ícone de comida, atendimento e experiência no Rio de Janeiro.” Ele conta que a marca o procurou logo no começo do negócio para entender “o que estava acontecendo”. O Outback não chegou a criar empecilhos com o nome escolhido por Félix, mas, em resposta a PEGN, diz que não presta consultoria ou tem qualquer parceria com a Outbêco.

Fachada do Outbêco: rede já tem unidades até na Europa — Foto: Divulgação

O investimento inicial para abrir uma franquia da Outbêco varia de acordo com a localização. Nas comunidades, a taxa de franquia é cerca de R$ 13 mil. Em bairros de classe A, pode superar R$ 20 mil. A rede, que vai participar pela primeira vez de uma feira de franquias neste mês, a Expo Franchising ABF Rio, também não cobra royalties — os ganhos vêm da venda de produtos para os franqueados em centros de distribuição. Atualmente, a Outbêco tem 17 itens de marca própria.

O empreendedor não estima um investimento inicial total pois, segundo ele, cada unidade “tem o tamanho do bolso do franqueado.” As lojas devem seguir os protocolos de atendimento, cardápio e comunicação visual, mas podem adaptar o ambiente e a trilha sonora ao que representa melhor a comunidade local. “Onde o samba é mais forte, toca samba. Onde é o sertanejo, toca sertanejo”, diz.

Félix, que sempre quis crescer com franqueados, diz que seu objetivo é fomentar o empreendedorismo nas comunidades. “As famílias vão até o restaurante, pois é o dia para eles se divertirem. Nossa intenção é chamar a atenção para negócios de lá”, diz. O tíquete médio das lojas é de R$ 384, mas o valor varia de acordo com a localização da loja.

O passaporte internacional do Outbêco veio neste ano. O empreendedor conta que as negociações com as unidades de Portugal já vinham desde o ano passado, mas as inaugurações ocorreram no início de 2023 em Lisboa, Amadora e Odivelas. Mais três unidades devem ser abertas em breve.

Ainda há negociações na Espanha e na França. “Meu sonho é abrir em Paris, uma loja de favela lá do ladinho da Torre Eiffel”, diz. Por enquanto, os franqueados que operam foram do Brasil são brasileiros, e Félix assegura que, mesmo fora de comunidades, a proposta é a mesma em todos os países: “Servir comida boa a preços baixos”.



PEGN

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