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Mercado monitora guerra enquanto repercute projeções do FMI e falas do Fed | Bolsas e índices


Após o feriado de Columbus Day fechar a negociação dos títulos públicos norte-americanos ontem (09), hoje parte das atenções dos investidores deve ficar nesses ativos. A narrativa ganha força especialmente após a guerra entre Israel e o Hamas, que pode atrair capital para ativos seguros. Por outro lado, ontem o vice de Jerome Powell (presidente do banco central norte-americano) deu sinais de que o Federal Reserve pode cessar a alta dos juros. Por aqui, o dia é de agenda vazia e o mercado deve repercutir as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia brasileira (que ficaram mais otimistas), bem como o evento promovido pelo fundo que reúne banqueiros centrais de todo o mundo.

Ontem (09), os efeitos da guerra no mercado foram limitados. No Brasil, a aversão a risco não foi sentida e o Ibovespa fechou o dia em alta de 0,86%. Parte disso se deve às expectativas de que, com o conflito, o preço do petróleo suba. Com isso, as ações de empresas do setor subiram e ajudaram a puxar o Ibovespa para cima.

Segundo especialistas, uma influência mais forte (e negativa) deve acontecer na bolsa caso o conflito escale.

Outro assunto que ganhou os holofotes ontem e pode ter ajudado a bolsa brasileira foi à fala de Philip Jefferson, vice-presidente do conselho do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que moderou o tom sobre uma nova alta nos juros nos EUA.

Segundo o dirigente, o Fed tem que se equilibrar o risco de não ter apertado suficiente os juros com risco o de deixar a política muito restritiva. “O equilíbrio destes dois riscos foi um bom motivo para deixar as taxas inalteradas na mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc)”, afirmou.

Com isso, as perspectivas de que os juros possam ficar “mais comportados” por lá pode fazer com que a fuga de dólares para os chamados “tresuries” (nome dado aos títulos públicos norte-americanos) fique mais limitada.

Em um dia de agenda vazia no Brasil, os investidores devem continuar acompanhando os desdobramentos da guerra e as falas de banqueiros centrais no evento promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Hoje, inclusive, o Fundo divulgou suas expectativas para o país. Segundo o relatório Panorama Econômico Mundial, o PIB do Brasil em 2023 deve crescer 3,1%, uma projeção maior do que a última feita, em julho.

No relatório, o FMI destaca o Brasil — ao lado do Chile — entre as economias emergentes latino-americanas que estão flexibilizando as medidas de aperto momonetário adotadas no ano passado como forma de reduzir a tendência inflacionária global que se acentuou após a guerra na Ucrânia. Para 2024, no entanto, o Fundo prevê para o Brasil um crescimento mais modesto, de 1,5%. Em 2022, a economia brasileira cresceu 2,9%.

O consenso entre especialistas da indústria de petróleo é que ainda é cedo para avaliar os efeitos a longo prazo do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mas os preços do petróleo já começaram a refletir os sinais da incerteza no Oriente Médio. O segundo contrato do petróleo Brent fechou a segunda-feira (9) em alta de 4,05%, a US$ 86,50. No ano, a commodity acumula alta de 0,99%.

Com a escalada da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, as companhias aéreas tiveram suas ações bastante pressionadas em diversas bolsas ao redor do mundo nesta segunda-feira. A queda reflete previsões para uma valorização do preço do petróleo, o que tende a encarecer o querosene de aviação (QAV), que neste ano já mostrou patamares elevados por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia. Especialistas explicaram que o cenário tende a ser negativo para as aéreas brasileiras, uma vez que elas também estão expostas às variações do dólar contra o real.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

guerra confilto armado exército — Foto: Getty Images
guerra confilto armado exército — Foto: Getty Images



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