
Inflação medida pelo IPCA sobe menos do que o esperado e avança 0,26% em setembro | Brasil e Política
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,26% em setembro, após ter alta de 0,23% em agosto, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11).
No ano, o IPCA acumula uma alta de 3,50%. Já nos últimos 12 meses, o avanço é de 5,19%. Houve, portanto, uma aceleração dos 4,61% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Em setembro de 2022, o indicador havia recuado 0,29%. A queda, na época, foi explicada pela desoneração dos combustíveis.
A mediana das 46 projeções colhidas pelo Valor Data para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontava para uma alta de 0,33% em setembro. O intervalo das projeções vai de um avanço de 0,20% a uma alta de 0,50%.
O que encareceu e o que barateou?
Segundo o IBGE, os preços de seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em setembro.
O maior impacto positivo e a maior variação vieram de Transportes, seguido por Habitação. Já no lado das quedas, o destaque foi o grupo Alimentação e bebidas, que viu seus preços caírem pelo quarto mês consecutivo.
Variação por grupo
Índice | Variação em agosto (%) | Variação em setembro (%) | Impacto em agosto (pontos percentuais) | Impacto em setembro (pontos percentuais) |
Índice Geral | 0,23 | 0,26 | 0,23 | 0,26 |
Alimentação e bebidas | -0,85 | -0,71 | -0,18 | -0,15 |
Habitação | 1,11 | 0,47 | 0,17 | 0,07 |
Artigos de residência | -0,04 | -0,58 | 0 | -0,02 |
Vestuário | 0,54 | 0,38 | 0,02 | 0,02 |
Transportes | 0,34 | 1,4 | 0,07 | 0,29 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,58 | 0,04 | 0,08 | 0,01 |
Despesas pessoais | 0,38 | 0,45 | 0,04 | 0,05 |
Educação | 0,69 | 0,05 | 0,04 | 0 |
Comunicação | -0,09 | -0,11 | -0,01 | -0,01 |
Segundo o IBGE, o recuo nos preços do grupo Alimentação e bebidas se deve à queda do preço da alimentação no domicílio.
“Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-10,41%), da cebola (-8,08%), do ovo de galinha (-4,96%), do leite longa vida (-4,06%) e das carnes (-2,10%). Já o arroz (3,20%) e o tomate (2,89%) subiram de preço”, afirma o instituto.
Já a alimentação fora do domicílio ficou 0,12% mais cara, mas houve uma desaceleração ante o mês anterior, quando ela subiu 0,22%.
“As altas da refeição (0,13%) e do lanche (0,09%) foram menos intensas do que as observadas em agosto (de 0,18% e 0,30%, respectivamente)”, afirma o IBGE.
No grupo dos Transportes, a alta de 1,40% foi resultado do aumento nos preços da gasolina, que subiu 2,80%. O item combustíveis teve alta de 2,70%, acompanhado pelo óleo diesel (que avançou 10,11%) e o gás veicular (que subiu 0,66%), enquanto o preço do etanol caiu 0,62%.
As passagens aéreas subiram 13,47% em setembro, após recuarem 11,69% em agosto. As passagens de ônibus intermunicipal subiram 0,42%.
No grupo Habitação o avanço foi de 0,47%. Segundo o IBGE, a maior contribuição veio da energia elétrica residencial, que subiu 0,99%, em decorrência de reajustes aplicados em São Luís, Vitória e Belém.
A taxa de água e esgoto teve alta de 0,02%. Já o gás encanado caiu 0,10%.
Saúde e cuidados pessoais
Em Saúde e cuidados pessoais, o avanço de 0,04% se deve à alta no item plano de saúde, que avançou 0,71% devido aos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
