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Howard Marks vê juros dos EUA descendo até perto dos 3%. E acha que isso é algo bom | Investimento no Exterior


Howard Marks, sócio fundador e vice-presidente da Oaktree Capital Management, não vê o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduzindo as taxas de juros nos Estados Unidos para os níveis mínimos históricos pós-crise financeira. E esta é uma boa notícia, segundo o megainvestidor.

Howard Marks, ceo da Oaktree Capital, fotografado durante entrevista no hotel Unique em SP. — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Howard Marks, ceo da Oaktree Capital, fotografado durante entrevista no hotel Unique em SP. — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

“A economia dos EUA está indo muito bem, por isso não está claro se requer estímulo”, disse Marks em entrevista à emissora americana CNBC. A Oaktree é especializada em investimentos em ativos estressados, especialmente no mercado de crédito.

“Em algum momento declararemos vitória contra a inflação, então o Fed reduzirá as taxas para um patamar moderado e sustentável. Acredito que será algo na casa dos 3%.”

Entre 2007 e 2008, o Fed levou as taxas para perto de zero, antes de subir ligeiramente entre 2016 e até a pandemia de covid-19. Entre 2009 e 2021, a taxa média do Fed foi em média de 0,5%.

“Minha tese é que não vamos voltar às taxas de zero, nem de meio, nem de um. Acho que isso é um estímulo desnecessário e não vejo o estímulo permanente com algo bom”, disse Marks.

À CNBC, o megainvestidor disse que esse novo ambiente de taxas do Fed mais elevadas deveria fazer com que o crédito desempenhe um papel mais importante nas carteiras.

“Os investidores perderam o hábito [de investir em crédito], porque os rendimentos nesses títulos estavam muito baixos. Hoje, esse ativos estão muito saudáveis ​​e podem fornecer uma base muito sólida”, disse ele.

“Quando se fala em taxas mais altas dos últimos 14 anos, estamos diante de uma vantagem de hoje. Os investidores de instrumentos de crédito com grau de subinvestimento – títulos de alto rendimento, empréstimos seniores, financiamento mezanino, etc. – podem ter taxas de juros que se aproximam ou excedem o retorno médio histórico das ações, que é de cerca de 10%”, ponderou Marks.

O problema dos juros baixos, segundo Marks

Para Marks, os males associados a manter as taxas em níveis muito baixos é se criar uma “postura permanente de estímulo.”

O fundador da Oaktree já argumentou, numa série de notas publicadas no último ano, que as taxas baixas ao longo dos 13 anos seguintes a 2008 distorceram o comportamento de agentes do mercado, chamando o período de “tempos fáceis, alimentados por dinheiro fácil.”

Em janeiro, Marks reforçou que o impacto das taxas ultrabaixas incluiria:

  • o estímulo excessivo da economia e o aumento da inflação;
  • tornar os ativos de risco mais atrativos do que deveriam ser, com prêmio insuficiente para a elevação do risco;
  • flutuação na disponibilidade de capital.



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