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Franquias faturam R$ 105,1 bilhões e crescem 15% no primeiro semestre de 2023 | Franquias


Com a retomada de turismo, alimentação e moda no segundo trimestre de 2023, o setor de franquias cresceu 15% nos seis primeiros meses do ano frente ao mesmo período do ano passado. O faturamento foi de R$ 105,107 bilhões no período. Os três segmentos foram os mais prejudicados na pandemia, mas vêm retomando o crescimento. Frente ao primeiro semestre de 2019, período pré-crise, o incremento foi de 24,2%. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Mesmo com um ritmo inferior ao primeiro trimestre do ano, quando cresceu 17,2%, o período trouxe crescimento de 12,9% e um faturamento de R$ 54,253 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta do faturamento das redes de franquias foi de 15,2%, com receitas somadas de R$ 225,163 bilhões.

De acordo com Tom Moreira Leite, presidente da ABF, o resultado representa “a força do setor” para escalar negócios. “Nos chama a atenção também a recuperação da movimentação de pessoas nos shoppings centers, associada a um nível de negócios elevados no delivery e outros canais digitais. Mais do que nunca, falamos em operar nos dois mundos, digital e físico, e nos organizar para explorar cada vez melhor a associação dos dois”, afirma.

Apesar dos resultados positivos, o setor ainda sofre com pressão inflacionária, dificuldade no acesso a crédito e mudança de hábitos do consumidor. A entidade também menciona a consolidação dos canais digitais e estratégias de inovação como desafios que permanecem, mesmo com a recuperação econômica. Leite enumera, ainda, mais alguns percalços vividos pelas redes, como a dificuldade na contratação de mão de obra e um cenário de juros reais ainda altos.

“De uma maneira geral, os que atuam em rede conseguem pela natureza do franchising navegar melhor nesse cenário. O setor tem acompanhado também o andamento da Reforma Tributária, sendo favorável à simplificação e modernização do sistema, mas atento aos possíveis aumentos de carga tributária no setor. Esperamos também que os setores altamente intensivos em mão de obra (que têm essa linha de despesas e custos) recebam um olhar diferenciado sobre a possibilidade de gerar crédito a partir da folha (algo não considerado na discussão da Reforma Tributária até o momento), o que, certamente, nos ajudaria a gerar ainda mais empregos no país”, diz.

Cada franquia emprega nove pessoas, em média — Foto: Getty Images

Cerca de 1,612 milhão de pessoas estavam diretamente empregadas em franquias entre abril e junho deste ano, um aumento de 10,9% em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento, entre lojas próprias e franqueadas, a quantidade média de funcionários (excluindo sócios) é de 9. Nos quiosques e unidades móveis, a média é de 4, e nas operações home based e franquias digitais, a média é de três colaboradores.

A pesquisa também buscou entender o quadro das franqueadoras. A quantidade total de funcionários das marcas pesquisadas (incluindo sócios) ficou nas seguintes médias: pequeno porte (faturamento anual de até R$ 3,5 milhões), de 9 a 36 colaboradores; médio porte (entre R$ 3,5 milhões e R$ 20 milhões), de 14 a 62, e redes de grande porte (mais de R$ 20 milhões em receita), de 52 a 308 trabalhadores.

Setor abriu mais de 11 mil unidades no segundo tri

No segundo trimestre foram abertas 11.062 unidades franqueadas em todo o país, totalizando 188.878 operações. O crescimento foi de 4%, e o total de unidades encerradas foi de 1,5%, resultando em um saldo de 2,5% de inaugurações. A quantidade de repasses ficou em 0,7% (no ano passado foi de 0,9%).

Turismo, alimentação e moda se destacam

Hotelaria e Turismo (+18,5%) foi o segmento que mais cresceu no segundo trimestre, seguido de Alimentação (+16,9%). A entidade atribui o resultado à demanda reprimida pelas viagens, com a retomada pelo público em geral. No segmento do food service, houve abertura de unidades, lançamentos de novos produtos e reformulações de cardápio. Moda (+16,8%) foi o terceiro maior e também se beneficiou da retomada das atividades sociais e corporativas, o que levou muitas pessoas a renovarem ou completarem seus guarda-roupas.

No semestre, Hotelaria e Turismo cresceu 26,2%, seguido de Saúde, Beleza e Bem-Estar com 21%, Alimentação – Food Service (18,9%,) Moda (15,9%) e Limpeza e Conservação (15,4%). Veja o quadro completo do segundo trimestre do ano:

Franquias – Faturamento por segmento Segundo Tri 2023

Segmento 2º Tri 2022 (em R$ milhões) 2º Tri 2023 (em R$ milhões) % Variação Faturamento % Variação Unidades
Alimentação 2.628 2.914 10,9% 6,5%
Alimentação – Food Service 8.784 10.270 16,9% 8,5%
Casa e Construção 3.533 3.858 9,2% 8,8%
Comunicação, Informática e Eletrônicos 1.602 1.745 8,9% 7,4%
Educação 2.977 3.334 12,0% 0,3%
Entretenimento e Lazer 546 596 9,1% 6,3%
Hotelaria e Turismo 2.568 3.044 18,5% 5,0%
Limpeza e Conservação 415 465 11,9% 14,7%
Moda 4.950 5.781 16,8% 3,6%
Saúde, Beleza e Bem-Estar 11.516 13.353 15,9% 6,0%
Serviços automotivos 1.842 2.014 9,3% 0,7%
Serviços e outros negócios 6.689 6.880 2,9% 7,9%
Total 48.052 54.253 12,9% 6,2%

Setor espera crescer até 12,5% no ano

A projeção da ABF é que o faturamento do setor cresça entre 9,5% e 12% em 2023, com 10% a mais de unidades franqueadas, 10% de crescimento na empregabilidade e 4% de incremento no número de redes franqueadoras. “Temos expectativas positivas para o segundo semestre, marcado por datas importantes para o varejo, principalmente a Black Friday, e também feriados com viagens. O começo da queda da taxa de juros e perspectivas macroeconômicas mais positivas podem ajudar também”, analisa Leite.



PEGN

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