Franquia de escolinhas infantis fatura R$ 8 milhões ensinando até empreendedorismo | Franquias
Com mais de 35 anos de experiência no magistério, a professora Damir Forner, 64 anos, começou sua jornada como professora de inglês e português para turmas de ensino fundamental e médio na cidade de Concórdia, em Santa Catarina. A experiência em sala de aula e na vida acadêmica a fez questionar o processo pedagógico de educação infantil, e ela resolveu fazer algo a respeito: criou a escolinha Peixinho Feliz, que ensina até empreendedorismo para crianças. No ano passado, a rede de franquias faturou R$ 8 milhões com oito escolas em funcionamento.
A maior parte da carreira de Forner foi dedicada aos alunos de séries mais avançadas. No entanto, nos anos 1990, ela foi fazer um doutorado nos Estados Unidos e, quando voltou, debruçou-se sobre o ensino infantil – e se espantou com o que viu. “A escolinha infantil era apenas um lugar para deixar as crianças enquanto a mãe precisava trabalhar, sem pensar no desenvolvimento”, diz.
No início dos anos 2000, ela criou um projeto-piloto do que seria a Peixinho Feliz. “Ao longo de dois anos, trabalhamos com dez crianças de dois a três anos de idade. Fomos elaborando programa de ensino, com foco aprendizagem nessa faixa etária. Está registrado, inclusive, na Biblioteca Nacional”, diz. A escola foi aberta oficialmente em 2002.
De acordo com Forner, o diferencial desenvolvido pela escola foi a própria metodologia, que tem bases na neurociência, para promover o desenvolvimento global da criança. Há até uma frente de “alfabetização financeira”, para ajudar a formar “pequenos empreendedores”. O programa chegou a ser premiado internacionalmente em 2019.
“É um programa desenvolvido a partir de atividades planejadas que despertam nos pequenos o desenvolvimento da autonomia e a transformação de desafios em oportunidades. Criamos uma moeda interna, chamada de ‘dinheiro peixinho’, que pode ser usada em diferentes eventos internos, como feiras e cinema”, explica.
Damir Forner, fundadora da Peixinho Feliz — Foto: Divulgação
Além das finanças, a Peixinho Feliz tem frentes de ensino focadas na educação ambiental, alimentação balanceada e formação humana. O conteúdo é direcionado às crianças de quatro a seis anos de idade.
O negócio se tornou franquia em 2012 e chegou a ter 14 unidades até pouco antes da pandemia, mas o período trouxe desafios severos para a marca. “Inauguramos a última em São José dos Campos (SP) em fevereiro de 2020 e, em março, as escolas foram fechadas. Quem ia comprar franquia de escola de educação infantil naquele ano? Resolvemos interromper”, diz a empreendedora.
Ao longo da crise sanitária, seis escolas foram fechadas. A rede resolveu retomar a expansão no final do ano passado, contratando novas empresas para ajudar na expansão. Atualmente são oito unidades, e a ideia é chegar a 30 escolas inauguradas até o final de 2024.
Área interna da Peixinho Feliz — Foto: Divulgação
A escola oferece três formatos de franquia. O Módulo Essencial (investimento a partir de R$ 180 mil) é focado em escolas já existentes que queiram adotar o método; o Avançado (a partir de R$ 240 mil) é para escolas abertas do zero; e o Master (a partir de R$ 300 mil) é o mais completo, que inclui o berçário, seis salas e uma adicional multiuso.