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Esta empresa fatura R$ 60 milhões ajudando brasileiros a imigrar para os EUA


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Rodrigo Costa, fundador da AG Immigration

O mercado de imigração do Brasil para os Estados Unidos está aquecido e não parece ter perspectiva de desacelerar. Desde 2019, a quantidade anual de brasileiros que imigraram para o país de forma legal bateu recorde três vezes, com destaque para 2022, quando mais 23 mil brasileiros obtiveram o famoso green card e 12 mil naturalizaram-se cidadãos americanos.

O ano de 2023 também foi positivo. O Brasil foi o terceiro país que teve mais imigrantes autorizados. Foram 1,158 milhão de autorizações, alta de 42% ante 2022. Apenas o México, com 2,5 milhões, e a Índia (1,4 milhões) obtiveram mais autorizações. Os dados são da pesquisa “Os vistos americanos mais concedidos para brasileiros”, realizada pela assessoria imigratória Viva América, com dados oficiais do Departamento de Estado Americano.

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Este é o cenário em que a AG Immigration está inserida. O escritório de advocacia com base em Washington foi fundado pelo administrador e empresário mineiro Rodrigo Costa. Ele começou o negócio partindo da própria experiência, após sofrer para conseguir emigrar com sua família.

Em 2010, depois de passar por grandes empresas como SulAmérica e Brasilprev, Costa sentiu que era hora de correr atrás de um sonho antigo, o de morar nos Estados Unidos. Com seus contatos dos últimos empregos, começou a direcionar investimentos de brasileiros para fora do país, onde criou contatos na área.

“Logo após a crise imobiliária de 2008 no país, existiam diversas oportunidades de investimentos que nós conseguimos ver à distância e guiar nossos clientes para eles. Porém, chegou um momento em que o negócio começou a crescer, o que tornou essa distância cada vez mais complicada, então decidi que era hora de ir para lá”, afirma Costa.

Ele conta que, apesar de já ter visitado o país diversas vezes, ter conhecimento de áreas importantes e falar a língua, sua família passou por situações que não precisava ter enfrentado nesse processo. “Nós recebemos orientações erradas de visto, e não nos indicaram os melhores lugares para morar, nem escolas boas para nossas filhas estudarem”, diz ele. “Essas situações poderiam ter sido evitadas se tivéssemos recebido uma boa orientação desde o início.”

Naquele momento, nem havia passado na sua cabeça a possibilidade de lucrar com esse problema. Mas, cinco anos depois, o empresário se juntou a sócios norte-americanos e decidiu fundar a AG Immigration. Inicialmente, a empresa se dedicaria apenas a processos de brasileiros e outros latino-americanos. Atualmente, quatro anos após sua criação, a empresa já atende imigrantes de 32 países.

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“Os Estados Unidos passam por um momento de falta de mão de obra qualificada. De acordo com os últimos dados divulgados, existem 9 milhões de vagas abertas no mercado e elas podem ser preenchidas com trabalhadores qualificados de outros países, como é o caso do Brasil”, explica Costa. “Todos os tipos de profissionais são bastante demandados por lá e isso nos dá um mercado gigante para atuar.” Segundo as pesquisas da própria AG, os profissionais mais requisitados são os formados em administração, engenharia elétrica, engenharia mecânica e ciência da computação.

Porém, ao levar esses brasileiros qualificados para o país, Costa percebeu que existia um problema no processo. Ele viu que conseguir o green card era apenas o meio do caminho e não o fim, já que ainda havia muito a conquistar ao chegar nos Estados Unidos. “Tivemos casos de pessoas com diplomas de medicina e engenharia que chegavam aos Estados Unidos e só conseguiam trabalhar no subemprego, apesar de estarem com todos os documentos em dia”, diz ele.

Foi pensando nisso que surgiu um braço da AG Immigration, o Viva América. Além de cuidar das papeladas da imigração, a companhia passa a gerenciar outros detalhes como internacionalização de marca, revalidação de diplomas e recolocação profissional. A Viva América também auxilia os clientes no momento de encontrar o melhor lugar para morar, levando em consideração a formação dos filhos e suas necessidades.

Com essas fontes de receita, a companhia faturou R$ 60 milhões apenas em 2023, com seus serviços custando de US$ 14 mil a US$ 27 mil. E Costa afirma que as expectativas para este ano são positivas. A realização de grandes eventos esportivos como a Copa América e a Copa do Mundo de 2026 deve elevar a procura por vistos.

A companhia deve começar neste ano suas atividades na Europa, para auxiliar brasileiros na obtenção da cidadania portuguesa ou italiana. “Com a expansão para o território europeu, a AG Immigration quer se aproximar de sua visão de longo prazo de se tornar uma empresa de mobilidade global para cidadãos do mundo todo”, afirma o executivo. Com isso, a companhia prevê faturar R$ 150 milhões no ano.

Getty Images

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Atualmente, existem 130 tipos de vistos para os Estados Unidos, entre temporários e imigratórios

Vistos amados pelos brasileiros

Atualmente, existem 130 tipos de vistos para os Estados Unidos, entre temporários e imigratórios. No último ano, o visto de turismo e negócios (B1/B2) foi o que mais atendeu os brasileiros, registrando 1,094 milhão de emissões – maior volume da história e equivalente a 94,4% de todos os vistos dados a nacionais do Brasil.

Os vistos de intercâmbio (J-1) e de estudante (F-1) foram, respectivamente, o segundo e o terceiro mais concedidos para brasileiros, com 12,5 mil e 8,2 mil autorizações expedidas em 2023.

Aparecem ainda nas primeiras colocações, os vistos L-1 e L-2, destinados à transferência de executivos e gerentes de empresas brasileiras para escritórios nos EUA, assim como seus familiares.





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