Dólar fecha em alta após dados de emprego nos EUA | Moedas e Juros
O dólar exibiu mais um dia de apreciação frente ao real na sessão desta quinta-feira, 5, pregão em que a moeda americana não apresentou força global, mas avançou principalmente frente às divisas da América Latina. Terminadas as negociações, o dólar registrou alta de 0,32%, a R$ 5,1687, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,1502 e tocado a máxima de R$ 5,1881.
Ainda que o rali do rendimento do título do Tesouro americano com vencimento em dez anos (T-Note) siga interrompido, o retorno continua em níveis elevados e rendimentos de outros títulos longos avançam, indicando ainda alguma pressão vinda da curva de juros americana.
Ontem a pesquisa ADP trouxe alívio para o mercado porque ela mostrou uma criação de vagas no setor privado bem menor do que o previsto para agosto, o que ajudou a frear um pouco o rali dos títulos públicos norte-americanos. Com isso, o dólar “andou de lado”.
Embora pareça estranho a ideia de que dados fracos de emprego são uma boa notícia, atualmente, é isso que tem acontecido nos EUA. Quando o mercado de trabalho está aquecido, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disso é mais inflação, justamente o que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quer conter.
E para barrar essa inflação, é esperado que os juros fiquem maiores por mais tempo, o que aumenta a atratividade dos “treasuries”. Isso causa, portanto, uma fuga de investidores de países e ativos mais arriscados para a segurança dos títulos de dívida do governo americano.
Ontem, com o alívio trazido pela ADP, o dólar ficou na casa dos R$ 5,15. Em outubro, a moeda acumula alta de está em 2,50%. No ano, a queda agora é de 2,38%.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico