CVC (CVCB3) despenca na bolsa, refletindo cautela com saúde financeira da empresa | Empresas
A CVC despenca na bolsa nesta segunda-feira (6), repercutindo o balanço do terceiro trimestre divulgado pela companhia na última sexta-feira. Este é, portanto, o primeiro pregão da empresa após reportar os resultados, que apontaram a deterioração do caixa da empresa, apesar de redução de despesas. Perto das 12h30 de hoje, a ação caía 4,31%, a R$ 3,11.
De acordo com o Bradesco BBI, a companhia apresentou resultados mistos no terceiro trimestre, com rentabilidade voltando a patamares históricos e redução de despesas, mas manutenção de queima de caixa.
O analista Felipe Cassimiro escreve que a deterioração na dinâmica de capital de giro afetou a geração de caixa da empresa, reduzindo drasticamente o desconto de recebíveis e diminuindo o resultado financeiro líquido.
O banco destaca que as iniciativas operacionais implementadas pela nova diretoria parecem estar no caminho certo para melhorar a rentabilidade de longo prazo da empresa.
“Ainda temos preocupações sobre a estrutura de capital da CVC e as necessidades de capital de giro do negócio no futuro”, afirmam. O prejuízo líquido de R$ 87 milhões foi quase 10% maior do que o esperado.
O Bradesco BBI tem recomendação neutra para CVC, com preço-alvo em R$ 3.
O Citi já é mais otimista sobre os resultados da CVC no terceiro trimestre, que superaram as estimativas do banco, de acordo com o relatório. Analistas destacam maiores vendas líquidas (6% melhores que a projeção) e as menores despesas operacionais recorrentes (3% abaixa do esperado).
As reservas caíram 4% no comparativo anual, com o B2B (vendas de serviços para outros negócios e empresas) menor e a Argentina mais do que anulando o aumento de 10% no B2C (venda para clientes pessoa física) no comparativo anual.
“Este trimestre foi marcado por eventos extraordinários consideráveis, nomeadamente R$ 77 milhões relativos à baixa do ágio do Submarino Viagens. O prejuízo líquido de R$ 88 milhões foi maior do que o esperado, mas a boa notícia é que a CVC aparentemente teria reportado lucro líquido de R$ 36 milhões excluindo eventos extraordinários”, diz o relatório assinado por João Pedro Soares e Felipe Reboredo.
A principal notícia negativa neste trimestre foi a queima de caixa e consequente aumento da dívida líquida para R$ 639 milhões, de R$ 246 milhões. “Isto estava relacionado principalmente ao capital de giro – ou seja, contas a receber. Embora reconheçamos a importância de reduzir o desconto de recebíveis dados os elevados gastos financeiros desta operação, notamos que ela também impulsiona o consumo de caixa”, diz. Naturalmente um equilíbrio complexo que a CVC precisa enfrentar, completa.
Excluindo as despesas extraordinárias, o relatório afirma que este trimestre trouxe algumas melhorias bem-vindas em algumas métricas, nomeadamente as taxas de utilização e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda).
“Isto é consistente com as declarações do novo gestor – ou seja, melhorar a rentabilidade do negócio antes de retomar uma expansão mais agressiva. A queima de caixa, porém, foi considerável e elevou a dívida líquida a mais de R$ 600 milhões, o que não é bom, apesar da sazonalidade”, completa.
O Citi manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 3.
Com informações do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.