Casal empreende com vacinas no interior e fatura R$ 36 milhões com franquias | Franquias

A ideia do negócio surgiu a partir de uma necessidade pessoal dos dois. Rosane é dentista e Fábio, cardiologista. Eles eram donos de uma clínica médica na cidade e contam que tinham dificuldades para encontrar vacinas complementares para os filhos na região. Um dia, foram até outro município atrás dos imunizantes que queriam dar aos filhos. “O atendimento não era da mesma qualidade que oferecíamos na nossa clínica. Percebemos que havia demanda reprimida, porque pouca gente iria atrás em outras cidades, e nós poderíamos oferecer melhor”, diz Rosane.

Assim, eles decidiram empreender na área, fazendo contato com laboratórios e buscando formas de trazer os imunizantes para Lucas do Rio Verde. A primeira clínica foi aberta em 2012, e o casal conta que conseguiu recuperar o investimento feito em três meses. A segunda clínica própria foi inaugurada nesse período em Sinop, também no Mato Grosso.

Aos poucos, eles foram incorporando alguns serviços para ajudar na fidelização dos clientes, como lembretes eletrônicos para que os pais não se esquecessem das vacinas dos filhos. “Quando estávamos com cinco clínicas próprias, um amigo do setor perguntou como estava o negócio e nós dissemos que precisávamos padronizar. Quando viu o que já fazíamos, ele nos disse que aquilo já funcionava como franquia”, diz Fábio.

Animados com a ideia, eles começaram a estruturar a marca para crescer com franquias em 2014. Como a proposta não era usual no setor, o processo levou cerca de dois anos. “Não era comum nem o negócio vacina, imagina franquia de clínica de vacinas”, brinca Rosane.

A empreendedora afirma que, nessa fase, identificou que a carência de vacinas era grande em diversas regiões do país, não apenas no interior do Mato Grosso. Por meio de pessoas conhecidas, a marca começou a crescer por cidades como Porto Velho (RO), Balneário Camboriú (SC) e Uberlândia (MG).

Em 2019, eles já estavam com 27 unidades. Em 2020, com a chegada da pandemia de covid-19, a empresa passou por uma grande transformação. A ascensão do tema “vacina” trouxe tanto benefícios quanto desafios para a rede.

“O enfoque sobre a necessidade de vacina impulsionou o crescimento da rede. Em 2020 fomos para 50 unidades. Entretanto, também cresceram muito a desinformação e as fake news sobre o tema, que prestaram um desserviço à população”, diz Fábio.

Hoje, o tíquete médio das clínicas é de R$ 450. As vacinas mais buscadas são as que previnem meningite, pneumonia e gripe, além da imunização hexa para bebês. Os empreendedores contam que duas novidades no catálogo de proteção, herpes-zóster e dengue, também têm se destacado nas buscas.

A marca se associou recentemente à holding 300 Franchising para impulsionar a expansão. O investimento inicial para ter uma franquia da Saúde Vacina é a partir de R$ 180 mil. O valor contempla taxa de franquia, estoque inicial de vacinas e toda a infraestrutura. Hoje, 0,5% do faturamento de cada clínica é destinado para projetos focados na vacinação de famílias carentes. A estimativa é fechar o ano com 90 franquias abertas, 150 vendidas e um faturamento de R$ 60 milhões.

Um estudo feito pelo casal sugere que são necessárias 254 clínicas instaladas no Brasil para que o negócio ajude a fazer a diferença na cobertura vacinal da população. O projeto é chegar a esse quadro em 2025. “Enquanto a rede pública é responsável por fornecer vacinas gratuitas, as clínicas privadas podem complementar esse serviço, oferecendo conveniência e opções adicionais para as pessoas que buscam proteção contra doenças evitáveis”, afirma Rosane.