Bolsas da Europa estendem quedas ao quinto pregão seguido com perspectiva de recessão | Investimento no Exterior
As bolsas europeias fecharam novamente em queda nesta quarta-feira (27) e agora acumulam cinco pregões seguidos de perdas. Investidores seguem temerosos com a perspectiva de recessão das principais economias do continente e a política monetária restritiva de bancos centrais de países desenvolvidos.
O índice Stoxx 600, que compila ações de 17 mercados europeus, fechou em baixa de 0,18%, a 446,91 pontos. Na bolsa de Frankfurt, o DAX recuou 0,25%, a 15.217,45 pontos, o índice londrino FTSE 100 caiu 0,43%, a 7.593,22 pontos, e o parisiense CAC 40 teve leve queda de 0,03%, a 7.871,79 pontos.
Michael Hewson, analista-chefe da CMC Markets, destaca que os mercados acionários globais deixaram o bom humor que caracterizou a maior parte de 2023, quando os investidores estavam confiantes que a inflação iria reduzir e os bancos centrais cortariam os juros rapidamente.
“Esse desfecho agora está em dúvida, dado o aumento acentuado que vimos nos preços da energia desde junho, e está caindo a ficha de que os juros podem ter que permanecer nos níveis atuais por muito mais tempo do que se pensava, com todas as consequências que isso pode ter para a renda disponível do consumidor e para os lucros das empresas nos próximos meses”, diz Hewson.
Se a alta do petróleo ameaça realimentar a inflação europeia, ações do setor de energia, por outro lado, aproveitam para desempenhar melhor que o restante do mercado. Em Londres, por exemplo, a BP fechou em alta de 1,43%, a alemã Siemens Energy avançou 2,27% e a francesa TotalEnergies valorizou 1,65%.
Junto da perspectiva de juros altos, uma possível recessão das economias europeias tem assombrado o mercado. Hoje, o grupo de pesquisa GfK divulgou previsão de que a confiança do consumidor da Alemanha – principal potência da zona do euro – vai recuar a -26,5 pontos em outubro.
O índice ainda está bem longe de suas mínimas do ano passado, mas vemos poucas evidências de alívio nesses dados em relação à queda da inflação e aos sinais de que as taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) atingiram seu pico. O GfK observa que “as chances de uma recuperação no sentimento do consumidor este ano provavelmente caíram para zero”. “Não somos tão pessimistas, mas a confiança teimosamente fraca do consumidor combina com as evidências de um crescimento ainda moderado nas vendas no varejo e nos gastos dos consumidores no segundo trimestre e no terceiro trimestre, apesar da redução da inflação”, diz Claus Vistesen, economista-chefe para zona do euro da Pantheon Macroeconomics.
Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.