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Ata do Copom, ‘prévia da inflação’ e crise no setor imobiliário da China marcam o dia | Bolsas e índices


A terça-feira (26) é marcada por duas divulgações importantes no Brasil. Após o Banco Central decidir cortar a taxa Selic para 12,75% ao ano na última reunião, hoje os investidores ficam atentos à ata do Copom. Logo na sequência, a divulgação do IPCA-15 de setembro, indicador conhecido como “prévia da inflação”, também entra na mira. Lá fora, os investidores seguem de olho na crise imobiliária da China, que pode impactar os países emergentes.

Hoje às 8h, o Banco Central divulgou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária. O documento traz detalhes sobre a decisão da autoridade monetária e seus próximos passos. Em sua última comunicação, o BC sinalizou que os próximos cortes da Selic devem se manter na mesma magnitude de 0,5 ponto percentual, o que traria a Selic para 11,75% no final do ano. E na ata foi divulgado que os membros do comitê concordaram unanimemente com esse ritmo de cortes para as próximas reuniões.

Ainda assim, a autoridade monetária manteve o tom mais duro, reforçando a importância de o governo tentar zerar o déficit fiscal no próximo ano.

Além da ata, um indicador que pode ajudar a trazer pistas sobre o futuro dos juros é o IPCA-15 de setembro, que será divulgado às 9h pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatítica (IBGE). O índice, conhecido como “prévia da inflação” trará sinais sobre o quão controlada está a subida dos preços. O IPCA de agosto surpreendeu positivamente ao vir menor do que o esperado e ajudou a sustentar a tese de que cortes mais acelerados na Selic podem acontecer.

Segundo a mediana de 36 projeções coletadas pelo Valor Data, a prévia da inflação deve acelerar para uma alta de 0,38% em setembro. O intervalo das estimativas vai de uma alta de 0,23% até o avanço de 0,51%.

Mas não é só na agenda local que o investior está de olho. Lá fora, a crise do setor imobiliário chinês continua assustando. Não à toa, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda nesta terça-feira.

Depois que a construtora Evergrande descartou um plano de reestruturação de dívida e disse não ser capaz de emitir novas dívidas, as incertezas aumentaram.

Segundo agências internacionais, o grupo disse “não ser capaz de atender as qualificações para a emissão de novas notas nas atuais circunstâncias”. A companhia ainda informou que “os detentores de títulos da empresa e potenciais investidores são aconselhados a ter cautela ao negociar com os títulos da companhia”. O anúncio, claro, assustou o mercado, especialmente pelo potencial que a crise tem de atingir não só outras companhias do setor como respingar em outros segmentos da economia e, por fim, em outros países que negociam com a China.

Por fim, a expectativa de que os juros voltem a subir nos Estados Unidos após o tom cauteloso do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em sua última decisão monetária segue fazendo com que os títulos públicos norte-americanos (também chamados de Tresuries) continuem subindo. O movimento vem penalizando os países emergentes, que têm registrado uma fuga de dólar para os EUA. A movimentação deve continuar fazendo preço no mercado no pregão de hoje.

  • A petroquímica Unipar, maior produtora de cloro e soda cáustica e uma das principais fornecedoras de PVC da América do Sul, vai investir cerca de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) na fábrica de Cubatão (SP), com vistas a migrar 100% da produção de cloro na unidade para a tecnologia de células de membrana, considerada a mais moderna e eficiente para obtenção do elemento químico.
  • A notícia de que a fabricante de equipamentos WEG comprou os negócios de motores elétricos industriais e geradores da americana Regal Rexnord Corporation foi interpretada pelo mercado como movimento que deve pavimentar a presença da companhia no mercado internacional. A aquisição consolida a empresa como a segunda maior fabricante global de motores elétricos e geradores.
  • Passados os efeitos da pandemia sobre a logística global, a próxima grande crise que o setor de transportes deverá enfrentar é a climática, afirma Karin Schöner, presidente da Maersk para a Costa Leste da América do Sul. “Vemos uma normalização do comércio global, mas a verdade é que hoje não existe mais normal”, diz a executiva. Recentemente, eventos climáticos extremos têm afetado o transporte de cargas. Ela cita tanto exemplos de seca, como a que atualmente atinge a navegação do Canal do Panamá e, no Brasil, do rio Amazonas, quanto os incêndios nos Estados Unidos e Canadá, que também prejudicaram rotas de logística nesses países.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Brasil e China — Foto: GettyImages
Brasil e China — Foto: GettyImages



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