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Agenda econômica em Brasília, temporada de balanços e falas de Powell e Lagarde marcam o dia | Bolsas e índices


Em um dia vazio no quesito indicadores, as atenções do mercado estão voltadas para as temporadas de balanço no Brasil e nos Estados Unidos, para a agenda econômica no Congresso e para as falas de autoridades monetárias. Nesta quarta-feira (25), os investidores repercutem o balanço de duas gigantes da tecnologia divulgados ontem à noite: a Microsoft e a Alphabet (dona do Google). Por aqui, o dia já começou com divulgação dos resultados do Santander, que teve lucro de R$ 2,729 bilhões no 3º trimestre. As atenções também estão voltadas para o projeto de desoneração da folha de pagamento que pode ser aprovado hoje no Congresso. O dia ainda é marcado por falas de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, e de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Logo pela manhã, o Santander Brasil divulgou seu balanço. O banco teve lucro líquido gerencial de R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 18,2% na comparação com o segundo trimestre, mas uma redução de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado, no entanto, veio acima das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontavam um ganho de R$ 2,503 bilhões, o que pode se refletir nas ações do banco hoje.

Ontem à noite, dois balanços (mas dessa vez americanos) mexeram com o pós-mercado e podem impactar o pregão de hoje. A Microsoft registrou um lucro de US$ 22,3 bilhões, o que significa uma alta de 8,8% na base anual, o que levou as ações a registrarem uma alta de 4,44% na Nasdaq.

A Alphabet (dona do Google), por sua vez, registrou lucro líquido de US$ 19,68 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 41,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando a companhia lucrou US$ 13,9 bilhões. As ações da companhia no pós-mercado da Nasdaq, porém, fecharam em forte queda de 6%. Segundo analistas, o resultado mostrou que a “big tech” ainda precisa ganhar mais espaço no mercado de computação em nuvem, o que justificou o recuo de seus papéis.

Além da agenda de balanços, hoje o mercado também acompanha a agenda econômica no Congresso. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adiou novamente a votação do projeto de lei da tributação de offshores e fundos exclusivos, o que frustrou o mercado.

Isso porque o projeto faz parte de uma das medidas do governo para aumentar a arrecadação e, assim, cumprir o arcabouço fiscal. Portanto, ao adiar novamente a medida, o mercado teme que o conjunto de regras que o governo criou para manter a saúde financeira das contas públicas não seja cumprido.

Simultaneamente, o projeto de desoneração da folha de pagamento foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado ontem à noite e agora segue para votação dos senadores.

Para quem não sabe, o projeto de lei prorroga até o fim de 2027 a desoneração da folha de salários dos setores que mais empregam no país, contemplados com alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20%. A grosso modo, isso significa que o governo está “abrindo mão” de mais arrecadação, o que pode dificultar ainda mais o cumprimento do arcabouço fiscal e trazer mau humor.

Por último, mas não menos importante, hoje o mercado monitora as falas de Christine Lagarde, presidente do BCE, às 14h de Brasília. Os investidores devem ficar atentos ao que a autoridade monetária dirá, especialmente porque amanhã (26) há a decisão de política monetária na zona do euro. Embora os analistas estejam mais inclinados a apostar em uma manutenção dos juros, a inflação segue alta por lá e uma sinalização de juros maiores pode acontecer.

Ainda hoje, o presidente do Fed, Jerome Powell, também discursa. Dessa vez, às 17h45. Assim como as falas de Lagarde, o discurso de Powell deve ser monitorado com lupa pelo mercado. A próxima decisão monetária nos EUA acontece no dia 1º de novembro, daqui a uma semana.

  • O comentário do diretor-financeiro da Petrobras, Sergio Caetano, sobre a reserva de remuneração de capital proposta pelo conselho de administração da companhia ser utilizada apenas para pagamento de dividendos traz algum alívio para os investidores, afirma o Goldman Sachs em relatório. Segundo notícias divulgadas pela mídia, Caetano teria sublinhado que a empresa não poderá utilizar fundos da reserva de capital para fazer investimentos. Sobre um potencial pagamento de dividendos extraordinários, a administração afirmou que uma decisão deve ser tomada até ao final do ano fiscal.
  • A 5a Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro homologou nesta terça-feira o plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis. Após objeções de credores como o Banco Sofisa, a Justiça do Rio decidiu que a “mera insatisfação do credor vencido” não é suficiente para declarar a nulidade do plano ou não homologá-lo. A decisão da juíza substituta Elisabete Franco Longobardi destacou ainda que a avaliação de critérios financeiros e de viabilidade econômica do plano de recuperação judicial compete exclusivamente aos credores.
  • A espanhola Inditex, dona da varejista de moda Zara, não está seguindo uma das fórmulas mais tradicionais do varejo — “para aumentar vendas, abra muitas lojas” — e nem a tendência recente que recomenda lojas mais compactas. Ao contrário. Fechou 625 lojas no mundo, de junho de 2022 a junho deste ano. E agora vem retomando a abertura de pontos de venda, com foco em grandes espaços, de até 9 mil metros quadrados, e conectados à operação on-line.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Cédulas do mundo — Foto: Getty Images
Cédulas do mundo — Foto: Getty Images



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