Mercado repercute sinal positivo de Lula e monitora falas de Lagarde, do BCE | Bolsas e índices
Ontem à noite (3), após o encontro, Haddad garantiu o pedido de Lula para que o arcabouço fiscal seja cumprido. Para quem não sabe, esse é o conjunto de regras que o governo segue para manter as contas públicas em dia, que prevê, inclusive, uma equiparação das receitas e despesas do governo.
“A primeira coisa que o presidente determinou é: cumpra-se o arcabouço fiscal. Então, não há discussão a esse respeito. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado. A iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, também foi autorizado um corte de R$ 25,9 bilhões das despesas obrigatórias, o que ocorrerá “depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025”. Ainda de acordo com o ministro, os cortes serão feitos após um “pente-fino dos benefícios”, e alguns deles podem, inclusive, ser antecipados para este ano.
O assunto deve repercutir positivamente no mercado. Afinal, há uma sinalização de responsabilidade fiscal por parte do governo, o que pode atrair mais investimentos para o país.
Trocando em miúdos: contas públicas saudáveis reduzem a percepção de risco sobre o governo, ou seja, diminuem a possibilidade que o mercado mede de um calote. Esse ambiente atrai investidores para o país, pessoas dispostas a emprestar dinheiro para esse governo e a colocar dinheiro nesse mercado.
Além do cenário local, hoje os investidores também ficam de olho no discurso Christine Lagarde, presidente do BCE, no encerramento do Fórum de Bancos Centrais, em Portugal. As falas acontecem às 14h30 de Brasília e podem trazer pistas do que vem por aí.
É importante lembrar que no mês passado, a autoridade monetária promoveu seu primeiro corte de juros desde 2019, o que animou investidores, especialmente devido à perspectiva de que a decisão poderia incentivar que outras economias (especialmente os EUA) fizessem o mesmo. Por enquanto, porém, isso não aconteceu. Assim, os agentes financeiros ficam atentos aos “próximos capítulos”.
