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Haddad atribui dólar alto a ruídos e diz que governo deve comunicar melhor resultados econômicos | Brasil e Política


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que o governo precisa comunicar melhor os resultados econômicos obtidos para melhorar a percepção dos agentes sobre o país e, assim, contribuir para a redução do dólar, que atingiu R$ 5,65 hoje, o maior valor desde janeiro de 2022. Ele disse que a desvalorização do real é fruto de “muitos ruídos”.

“Atribuo a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão, precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, afirmou ao ministro ao ser questionado sobre o tema por jornalistas na saída do ministério nesta segunda (1º).

13/06/2024 - Ministério da Fazenda. Fernando Haddad após encontro com a Ministra do Planejamento e Orçamento — Foto: Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
13/06/2024 – Ministério da Fazenda. Fernando Haddad após encontro com a Ministra do Planejamento e Orçamento — Foto: Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Ele citou, por exemplo, o bom desempenho da arrecadação, mesmo com o impacto da crise no Rio Grande do Sul. Segundo Haddad, a arrecadação federal de junho veio acima do previsto pela Receita Federal. O dado ainda não foi divulgado oficialmente pelo Fisco.

“Ou seja, nós estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação”, disse Haddad.

O ministro reconheceu, durante sua fala, que o dólar está num patamar elevado. “Está [alto]. Apesar da desvalorização [da moeda local frente ao dólar] ter acontecido no mundo todo de uma maneira geral, aqui aconteceu maior do que nos nossos pares: Colômbia, Chile, México”, afirmou.

Ele, contudo, disse acreditar que o dólar vai “acomodar”. “Vai acomodar, porque a hora que esses processos se desdobrarem, isso tende a reverter, na minha opinião.”

Questionado se o Banco Central deveria intervir no dólar, o ministro afirmou que essa decisão cabe à autoridade monetária. “Isso é assunto do Banco Central, não é assunto da Fazenda. Eles lá é que sabem quando e como fazer. Então, é um assunto que cabe a eles decidir. Sempre é possível, porque está na governança do Banco Central agir quando necessário. Se vai ser necessário ou não, compete à diretoria do BC julgar”, frisou Haddad.

Quem decide sobre gastos é Lula

Haddad afirmou ainda que cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma decisão sobre anúncio de eventual corte de gastos.

“O presidente tem um compromisso de não ferir direitos. E esse compromisso vai ser respeitado pela equipe econômica. Nós entendemos perfeitamente a preocupação dele e por isso nós estamos fazendo um diagnóstico geral das questões que precisamos enfrentar”, disse Haddad, ao se referir as despesas do Orçamento.

Ele afirmou que a equipe econômica está com um “bom prognóstico” em relação ao Orçamento do ano que vem, prevendo que será possível entregar uma peça orçamentária com receitas e despesas equilibradas.

O ministro contou que haverá uma reunião na quarta-feira (3) com o presidente Lua para falar sobre questões econômicas em geral, e que esses encontros já vêm acontecendo há algumas semanas.

Questionado se haverá contingenciamento de recursos no terceiro relatório de avaliação do Orçamento deste ano, a ser divulgado neste mês, Haddad apenas reforçou que o congelamento de gastos vai ser do “tamanho necessário” para que as metas sejam atingidas.

Ele contou, ainda, que a sua equipe fechou hoje o Plano Safra, que será anunciado pelo governo na quarta-feira, e a reforma tributária. Sobre a reforma, afirmou apenas que a inclusão de proteínas animal na cesta básica desonerada foi um dos itens conversados com o GT da Câmara, e que o secretário Bernard Appy repassará para os deputados os impactos que a medida terá na alíquota padrão de referência.

Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.



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