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Gestora calcula quanto da alta do dólar é ‘culpa’ do Brasil. Vejas as contas | Moedas e Juros


Se adicionalmente o dólar não tivesse se valorizado globalmente esse ano, a moeda americana deveria ser cotada, hoje, a R$ 4,90. Ou seja: R$ 0,50 da alta do real esse ano, equivalente a 7,9%, se deve à questões internas, e apenas R$ 0,20 se deve à valorização global do dólar (4,9%), explica o economista da gestora, Fernando Fenolio.

Na conta, foram inseridas diversas métricas de risco, e todas comparam o Brasil com países semelhantes, como o México. Uma delas é o juros do Brasil de 10 anos, a outra a diferença entre a inflação implícita de 5 anos e 3 anos, na qual o mercado pode embutir a probabilidade de que haja mais inflação daqui para a frente por conta da politica macroeconômica. Por fim, foi incluída a bolsa brasileira. Em todas elas há uma piora que não é acompanhada pelos pares, conclui Fenolio.

Para o economista, há uma série de eventos que justificam que vários ativos brasileiros se descorrelacionaram de seus pares, e a taxa de câmbio é o catalisador final disso tudo.

Questionado sobre se a conta feita por operadores de câmbio de que 70% da alta do dólar ante o real pode ser explicada por fatores externos e apenas 30% por fatores domésticos, Fenolio aponta que não concorda com a equação, já que pode sofrer mudanças conforme a dinâmica econômica.

Hoje, o Brasil tem o pior desempenho contra uma cesta de países nos quais o mercado financeiro é considerado mais maduro e, portanto, costumam ter a mesma dinâmica de câmbio. “O real desvalorizou mais do que a moeda japonesa, na qual os investidores chineses ganham juros zero. É algo que dificilmente acontece, pois o Brasil oferece rendimento de 10,5% hoje. Mesmo o México, no qual houve eleição surpreendente de um partido de centro-esquerda e os atvos chacoalharam, a desvalorização ante o dólar corresponde à metade da registrada pela moeda brasileira”.



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