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Citi encerra posições ‘compradas’ em títulos brasileiros após estresse nos EUA | Renda Fixa


O estresse observado nos rendimentos dos títulos públicos americanos (Treasuries) e a alta do dólar em nível global na sessão de ontem levaram o Citi a se desfazer das posições aplicadas em juros longos no Brasil e a retirar a recomendação otimista (overweight) em real de sua lista de moedas emergentes.

“Um ambiente de petróleo mais forte e dólar mais forte é normalmente o pior para as taxas em mercados emergentes. Embora tenhamos gostado de posições aplicadas na parte curta das curvas de juros de países com ciclos de flexibilização iminentes ou existentes, nenhum mercado da América Latina está imune à pressão dos Treasuries e os títulos da região podem continuar a registrar desempenhos ruins no curto prazo, até que a mudança nos Treasuries seja interrompida”, dizem os estrategistas do Citi. Assim, o banco encerrou posições compradas em NTN-Fs para 2027.

Já em relação ao câmbio, os estrategistas do Citi apontam que ainda acreditam que o “carry trade” (operações de arbitragem com juros) retornará assim que os rendimentos dos Treasuries mostrarem sinais de mudança. Apesar disso, “consideramos prudente reduzir o risco até que isso aconteça”.

Ainda existe uma percepção de um ‘carry’ atrativo para o Brasil, diz Galípolo

Apesar da nova avaliação do Citi, na visão do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, ainda existe uma percepção de um ‘carry’ (carregamento) atrativo para o Brasil.

Ontem, durante um evento na FGV, Galípolo afirmou que o real é uma moeda de “carry trade” e que a queda do diferencial de juros entre emergentes e países desenvolvidos gera um debate sobre o impacto para as economias desses países em desenvolvimento.

Ele traçou um cenário econômico internacional, que tem se mostrado mais adverso e lembrou que logo após a reunião do Copom de agosto, quando houve uma piora nos mercados brasileiros, quase um “sell-off”, já vinha argumentando que isso estava mais ligado ao cenário externo do que a causas locais.

Galípolo afirmou que as alternativas de investimentos em emergentes se reduziram, e os destaques atualmente são Brasil, México e Índia. “No Brasil temos tido sucessivas revisões de inflação para baixo e crescimento para cima. […] O Brasil tem vocação para ter protagonismo na nova economia que busca sustentabilidade ambiental, econômica e social.”

Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Saída — Foto: Getty Images
Saída — Foto: Getty Images



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