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Até que nível a Selic cai? Futuro da taxa de juro no Brasil é incerto até para o BC | Brasil e Política


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda (22) que fez as gradações de cenários para o futuro da política monetária para dar mais transparência. Segundo Campos Neto, há muita incerteza e não há como dar um “guidance” (perspectiva). Ele ressaltou, por exemplo, a incerteza sobre a desinflação no cenário externo sobre de onde viria a desinflação nos Estados Unidos, por exemplo.

Campos Neto ressaltou que economistas falavam de alguns motivos para a desinflação, como aluguéis, imigração ou desinflação da China que “não estão se mostrando verdade”.

Campos Neto repetiu os quatro cenários que já havia falado na semana passada.

  • O primeiro seria com uma diminuição da incerteza e o BC voltaria para forma da atuação “que a gente tinha começado”.
  • O segundo cenário seria de aumento de incerteza continuar por mais tempo e criar ruídos recentes “e aí a gente tem que trabalhar como vai ser o ‘pace’ (ritmo de cortes de juros), diminuir o ‘pace’”.
  • O outro é um de um crescimento maior ainda da volatilidade e incerteza que começa a afetar o balanço de risco.
  • Por fim, o último cenário é quando se chega a um ponto em que as variáveis mudam “de tal forma que fazem com que a realidade que a gente projetou não seja mais verdadeira”.

Ele ainda afirmou que acredita que vá chegar um momento de maturidade para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/23, sobre a autonomia financeira da instituição. Ele ressaltou que “é muito difícil fazer inovação se você não tem autonomia financeira e administrativa”.

Sobre o projeto, Campos Neto ressaltou que no caso do Brasil não seria nem autonomia e sim uma modernização. Ele relatou que, do lado de pessoal, há uma incapacidade de gestão que é “grave para quem quer fazer modernização”; tem uma parte de investimentos que, segundo Campos Neto, teve o orçamento bastante cortado e este ano é de R$ 15 milhões, um quinto do era há cinco anos. “A gente chega num risco de alguma hora falar assim: como a gente vai conseguir rodar o Pix?”, disse.

Campos Neto ressaltou que tem ainda outra parte de modernização da administração, como divisão de conhecimento e fazer contratos de gestão dividida. O presidente do BC relata que no Drex, por exemplo, tem ajuda de várias empresas e “para fazer os contratos é difícil, porque a máquina pública não programou esse tipo de contrato e, para gestão moderna, eu preciso desse tipo de contrato”.

O presidente do BC disse que tem defendido esse tema da PEC 65 “para conseguir levar o BC para um caminho para continuar fazendo a modernização”.

Campos Neto ressaltou que ainda é necessário esclarecer alguns pontos do projeto ao governo e que, no Senado, ele sente uma “boa vontade” para aprovar o texto. O presidente do BC afirmou que 92% dos BCs do mundo que têm autonomia operacional já têm também a financeira e administrativa. “Eu acho que tem ambiente para aprovar sim.”

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto — Foto: Edilson Rodrigues/Edilson Rodrigues/Agência Senad
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto — Foto: Edilson Rodrigues/Edilson Rodrigues/Agência Senad



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