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Starbucks é franquia? Entenda o que aconteceu com a dona da marca no Brasil, que pediu recuperação judicial | Negócios


A SouthRock, que administra a rede de cafeterias Starbucks no Brasil, protocolou um pedido de recuperação judicial no valor de R$ 1,8 milhão, na noite desta terça-feira (31/10). Em comunicado, a empresa diz que a decisão segue uma “revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”.

Fala-se em 36 fechamentos de lojas e demissão de cerca de 600 pessoas, números que não foram validados ou desmentidos pela empresa. Segundo o Pipeline, do Valor Econômico, o processo também menciona que a SouthRock perdeu a licença de operação da marca Starbucks no Brasil no dia 13 de outubro por falta de pagamentos de royalties à matriz norte-americana. Até o fechamento deste texto, a assessoria de imprensa não havia confirmado a informação.

A Starbucks chegou ao Brasil em 2006, operada em parceria com a Cafés Sereia do Brasil (CSB), dos empresários Maria Luisa e Peter Rodenbeck. Apenas em 2018 passou a ser administrada pela SouthRock — holding fundada em 2015 que também tem sob seu guarda-chuva as marcas TGI Fridays™, B.A.R. (Brazil Airport Restaurants), Subway e Eataly —, por meio de um contrato de máster-licenciamento.

Atualmente e a rede está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Bahia.

Não. De acordo com o especialista Paulo César Mauro, CEO da Global Franchise, que já trouxe mais de 30 marcas internacionais para o Brasil, o contrato de máster-licenciamento é similar ao de máster-franquia, mas tem uma diferença essencial. “O licenciado não pode subfranquear a marca para outros franqueados no território de atuação”, explica. Ou seja, a empresa que licencia a marca deve administrar as unidades.

Segundo Mauro, no modelo de licenciamento a matriz tem mais controle sobre a marca. “O máster-franqueado é uma figura poderosa dentro da rede, porque ele tem o domínio de um território”, explica. O modelo de licenciamento seria uma garantia da empresa de que os negócios não se pulverizem. Hoje, a Starbucks tem mais de 36 mil lojas em 84 mercados, e o contrato de expansão prioritário é o de licenciamento, segundo informações da SouthRock.

A empresa diz que decidiu pela recuperação judicial por conta das dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos três anos, em decorrência da pandemia, da inflação e das taxas de juros elevadas. Mauro acredita que isso realmente tenha impactado o negócio, mas avalia que a Starbucks fez pouco esforço de adaptação ao mercado brasileiro, sobretudo no que diz respeito aos novos comportamentos de consumo.

“Cafeterias têm tíquetes médios muito baixos, e os pontos em que as Starbucks estão instaladas são caros, com lojas grandes. É preciso pensar em um complemento para se manter, que seja um almoço, uma salada”, diz, apontando que o cenário de queda da Starbucks coincide com o crescimento das cafeterias to go, que operam em espaços mínimos, com até três funcionários, no máximo.



PEGN

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