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Redução dos cortes na Selic e tributação do Pix? Diretor do BC afasta boatos | Moedas e Juros


O diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central (BC), Maurício Moura, reforçou nesta segunda (16) a estratégia de política monetária de manter o ritmo de cortes da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual por reunião e comentou sobre o boato de que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, teria falado em reunião fechada que seria “mais fácil” reduzir a magnitude do que acelerar o passo.

“O Copom é formado por nove membros, nenhum deles pode definir sozinho qual vai ser a decisão [sobre a Selic]”, disse durante transmissão semanal ao vivo do BC no Youtube. Sobre o boato, Moura respondeu que “só o Copom fala sobre o Copom“. “A sinalização do Copom na reunião passada sobre o ritmo de 0,5 ponto foi uma unanimidade”, enfatizou. “Essa é a posição do Copom e ponto”, acrescentou.

Ele destacou que votou pela redução de 0,50 ponto na reunião passada e que fez parte “da unanimidade” de que o ritmo seria adequado. “Qualquer mudança só viria a partir da análise do amplo conjunto de dados que vai ser trazido na próxima reunião”, continuou.

“Não tenho motivo nenhum para mudar a minha opinião [sobre o ritmo de corte da Selic]. As decisões do Copom são muito técnicas. Mesmo que eu quisesse dar sinalização sobre ritmo, e eu não quero dar essa sinalização, eu não teria todos os elementos necessários“, pontuou. Segundo ele, a análise será feita na reunião do Copom.

Em relação ao conflito no Oriente Médio, o diretor comentou que pode afetar o preço do petróleo, “que tem grande representatividade” na inflação de energia e pode contaminar outros itens. “O conflito está em fase inicial, há muita incerteza [sobre os efeitos econômicos]”, disse.

Tributação do Pix? Nada disso

Moura afirmou quenão existe intenção” de mudar a forma de cobrança do Pix, que vai continuar sendo “100% gratuito” para pessoa física.

Ele ressaltou que a cobrança sempre foi permitida para empresas. “Nunca houve intenção de cobrar imposto do Pix, não há proposta nesse sentido”, disse durante a LiveBC, transmissão semanal da autoridade monetária no Youtube. Além disso, Moura destacou que “não há intenção de que o Pix saia do BC”.

Sobre o impasse do cartão rotativo, Moura disse que o parcelamento sem juros “impacta a inadimplência” e que é preciso achar “um novo equilíbrio” para a modalidade. “É preciso que todos trabalhem juntos para achar uma solução”, afirmou.

O diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do BC afirmou há pouco que o orçamento monetário, que é o tamanho total do corte da Selic no fim do ciclo, “vai depender de vários fatores” e que não há um alvo pré-definido para a taxa terminal.

“Esse orçamento monetário [tamanho do corte no fim do ciclo] vai depender de vários fatores, da inflação corrente, expectativas e do balanço de riscos principalmente”, disse na LiveBC.

“Para além do orçamento o importante é não perder de vista a função primordial da Selic. O Copom vai seguir reduzindo enquanto achar que há espaço. Não há um alvo pré-definido para a Selic”, comentou. “A gente vai enquanto for recomendado ir”, acrescentou.

Com informações do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

 — Foto: Getty Images
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