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PIB dos EUA, Caged no Brasil e movimentações no Congresso marcam a quarta-feira | Bolsas e índices


Após o relatório Jolts de vagas de trabalho nos Estados Unidos, hoje é dia do mercado se atentar ao PIB do segundo trimestre por lá. Por aqui, o mercado continua de olho nas movimentações vindas de Brasília. Ontem, a Câmara aprovou o requerimento de urgência do Projeto de Lei (PL) da desoneração da folha, que será votado hoje e pode representar uma derrota para Haddad. Na agenda do dia, está prevista a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho.

Ontem, o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts) mostrou um número menor de vagas de trabalho em aberto na economia dos EUA e animou o mercado. Foram criadas 8,8 milhões de vagas em julho, enquanto junho havia registrado 9,5 milhões de postos.

Embora pareça contraditório dizer que o mercado de trabalho mais fraco seja uma boa notícia, na atual conjuntura, é o que tem acontecido nos EUA. Isso acontece porque quando a economia está aquecida, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disso é mais inflação, justamente o que o Fed quer conter. Portanto, um indicador de emprego mais fraco pode significar que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não precisa aumentar tanto os juros daqui em diante.

  • Leia também: Mercado de trabalho bombando não é bom? No cenário atual dos EUA, não. Entenda

Agora, os investidores ficam de olho no Produto Interno Bruno dos EUA, que será divulgado às 9h30 de Brasília desta quarta-feira (30).

A partir daí, os investidores terão pistas mais claras sobre o ciclo de aperto monetário do Fed. Embora o Jolts mais fraco tenha trazido otimismo, outros indicadores econômicos norte-americanos evidenciam que a economia tem mostrado resistência, mesmo com os juros altos. Agora, resta saber se essa resiliência será um sinal de que o país conseguirá diminuir a inflação e lidar com juros altos sem entrar em recessão, ou se toda essa força exigirá esforços mais pesados do Fed para trazer os preços para baixo.

Por aqui, o mercado segue de olho no Congresso. Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o projeto de lei que prorroga por quatro anos a política de desoneração da folha de salários para 17 setores. Foram 390 votos a favor e apenas 15 contrários.

Trocando em miúdos, a urgência permite que o texto seja votado diretamente no plenário, sem precisar passar pelas comissões. Isso deve ocorrer hoje, mas ainda depende de negociações sobre a contribuição previdenciária das prefeituras.

A desoneração, no entanto, pode representar uma derrota para os planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca formas de aumentar a arrecadação.

Ontem, inclusive, surgiram rumores de que poderia acontecer uma mudança na meta do resultado primário de 2024, que deixaria de visar o déficit zero. A notícia, no entanto, foi prontamente negada por Haddad.

“Orçamento foi fechado com o presidente antes da viagem da África. Não tem como mudar em dois dias o Orçamento”, afirmou em declaração a jornalistas ao sair para a reunião no Palácio do Planalto. “Orçamento vai equilibrado. Equilibrado significa que receitas primárias sejam iguais às despesas primárias”, completou.

Na agenda do dia por aqui ainda consta a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho. Segundo mediana de 16 estimativas de instituições financeiras e consultorias coletadas pelo Valor Data, em julho foram criadas 139 mil vagas com carteira assinada.

  • A 123milhas entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. O valor da dívida é estimada em cerca de R$ 2 bilhões, com 600 mil credores, disse uma fonte a par do processo ao Valor. A empresa também requer a suspensão, por pelo menos 180 dias, das cobranças judiciais movidas em todo o país contra ela por credores. Como parte desse processo, a companhia suspendeu na segunda-feira (28) a troca dos vouchers que foram oferecidos aos clientes como reembolso pela suspensão dos pacotes “Promo”.
  • A crescente sobreposição de redes de fibra óptica no país, implantadas não só por grandes operadoras, mas por pequenos e médios provedores, pressiona para baixo os preços do serviço de banda larga fixa. O preço do megabit por segundo (Mbps) em links dedicados — conexões exclusivas contratadas usualmente por clientes corporativos — caiu cerca de 50% entre 2017 e 2022, indica um levantamento da consultoria Kearney.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Brasil e EUA Estados Unidos — Foto: Getty Images
Brasil e EUA Estados Unidos — Foto: Getty Images



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