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Para Campos Neto, ‘0,5 ponto é o ritmo de corte da Selic apropriado’ no cenário macro atual | Brasil e Política


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) “entende” que o ritmo de cortes da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual é “apropriado”, “dadas as condições” atuais.

“Entendemos que 0,5 ponto é o ritmo adequado hoje, dadas as condições. Temos uma inflação que está indo no caminho correto”, disse em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, gravado na última sexta-feira e que foi ao ar na madrugada desta terça. Questionado sobre a dinâmica do Copom, Campos disse que “não é verdade que o presidente do Banco Central controla tudo”.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto:  Zeca Ribeiro
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Zeca Ribeiro

“A gente conversa, são dois dias de reunião. Nessa parte temos uma apresentação mais específica sobre dinâmica de inflação e ela é mais técnica, a gente entra em alguns modelos e depois a gente faz uma rodada na mesa. O presidente é o último a falar geralmente, não tem nada escrito como regra, mas geralmente é o último a falar. Cada um fala o que está achando do cenário e dá o seu voto”, detalhou.

Segundo o titular da autarquia, as discussões são “muito técnicas”. “Eu gosto do modelo de gestão mais descentralizador. Desde que entrei no BC eu dou cada vez mais poder para as pessoas”, disse.

“Eu inclusive mandei fazer um quadro e mandei colocar na parede do Copom que diz o seguinte: ‘a autoridade do argumento vale mais que o argumento da autoridade’, para todo mundo ter certeza de que naquele ambiente o argumento vale mais”, contou.

O presidente do BC definiu o fiscal como “uma parte delicada”. “Na pandemia aconteceu uma coisa um pouco diferente, porque esse virou um caso universal”, pontuou. “Agora a dificuldade que a gente tem, no pós-pandemia, com uma conta muito grande para pagar, é que existe uma dificuldade de coordenação”, complementou.

Para ele, há um distanciamento dos interesses políticos e os monetários, o que gera dificuldade de cortar gastos. Campos também repetiu que vai ficar até o fim de seu mandato, no fim de 2024, e que não pretende se candidatar a cargos políticos. “Eu gosto muito de tecnologia e de finanças, então provavelmente vai ser alguma coisa nesse mundo”, disse.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.



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