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O que diz o BCE após o primeiro corte de juros em quase 5 anos? | Investimento no Exterior


Pela primeira vez desde 2019, o Banco Central Europeu (BCE) cortou a taxa de juros para 4,25% nesta quinta-feira (6). A queda foi de 0,25 ponto percentual. Após a decisão, Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, afirmou que a inflação deve seguir no patamar atual pelo decorrer do ano. No entanto, ela alertou que se os salários e a energia continuarem subindo, o cenário pode mudar.

Em seu discurso, Lagarde deixou claro que o BCE não vai se comprometer com um caminho de juros pré-determinado. Portanto, a autoridade monetária deve esperar novos dados para tomar as decisões das próximas reuniões. Mas, segundo a mandatária, a inflação “deve ficar no nível atual pelo decorrer do ano” e a expectativa para o longo prazo é que ela volte aos 2% ao ano, meta perseguida pelo BCE.

No entanto, Lagarde alertou que existem alguns obstáculos no caminho. O primeiro deles são os salários altos, que ajudam a trazer mais pressões inflacionárias. Ela relembrou que o desemprego caiu em abril para o menor nível desde a criação do euro e reforçou que “os salários ainda estão subindo a um ritmo elevado”. Apesar disso, ela reforça que o crescimento dos salários deve moderar no decorrer do ano.

Além disso, outra preocupação é com o preço da energia. Vale lembrar que a Europa ainda precisa lidar com as tensões entre Rússia e Ucrânia, que afetaram o abastecimento de energia da região e, assim, ajudaram na alta dos preços. Em seu discurso, Lagarde destacou que “tensões geoopolíticas também possuem riscos inflacionários”. Um outro ponto destacado por ela foram os eventos climáticos, que também podem ajudar a trazer inflação para o preço dos alimentos.

Segundo a presidente do BCE, a inflação cresceu para 2,6% em maio puxada especialmente por energia e serviços. “A inflação pode subir mais se os salários e energia continuarem subindo”, reforçou.

O corte promovido pelo Banco Central Europeu pode ser visto no mercado como um “incentivo” para que outras economias, especialmente os Estados Unidos, também iniciem o caminho de queda nos juros.

Nos EUA, os dados de emprego mais recentes mostraram um arrefecimento do mercado de trabalho, o que pode se refletir em menos pressões inflacionárias. Assim, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode entender que há espaço para um corte, especialmente após a última leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) vir menor do que o esperado e mostrar que há sinais de um enfraquecimento na alta dos preços.

Christine Lagarde — Foto: Michael Wuertenberg/World Economic Forum
Christine Lagarde — Foto: Michael Wuertenberg/World Economic Forum



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