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Novela da ‘Petrobras’, falas de dirigentes do BC e Boletim Focus devem mexer com a bolsa | Bolsas e índices


Em um dia sem indicadores importantes lá fora, os investidores ficam de olho em movimentações locais. Na agenda de divulgações, as atenções ficam voltadas para as projeções do Boletim Focus. A programação desta terça-feira (9) também conta com um evento do Banco Central, ao qual os investidores devem ficar atentos em busca de pistas nas falas dos dirigentes da autoridade monetária. Por fim, na agenda corporativa, a novela da Petrobras segue no radar. Ontem (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Lula, mas saiu sem falar com a imprensa.

A estatal está no radar dos investidores há algum tempo. Para quem não se lembra, a “novela” começou no meio de março, com a Petrobras anunciando que não pagaria mais dividendos extraordinários, o que fez com que as ações da companhia despencassem e, claro, levassem o Ibovespa junto. Desde então, muitas notícias já circularam. Desde rumores de que a empresa voltaria a pagar os tais dividendos até burburinhos sobre as motivações para que eles deixassem de ser pagos a pedido do governo.

Na última semana, a novela ganhou mais um capítulo. Circularam notícias de uma possível indicação do presidente Lula para que Aloizio Mercadante, hoje no comando do BNDES, assumisse a presidência da estatal no lugar de Jena Paul Prates. A informação, por sua vez, não caiu nada bem nos ouvidos do mercado, que teme uma interferência política além do necessário dentro da empresa.

Agora, circulam notícias de que o governo deve propor ao conselho de administração da empresa a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários. A medida teria como “moeda de troca” uma transação tributária em relação aos contratos de “aluguel” das plataformas de petróleo. Segundo apuração exclusiva do Valor Econômico, a situação seria de “ganha-ganha” para a União, que receberia parte dos dividendos (já que é controladora da empresa) e receberia também parte do acordo que será fechado nessa transação.

Hoje, portanto, a novela deve seguir no radar, especialmente porque a companhia é uma das que tem maior peso no Ibovespa. Portanto, qualquer movimentação nas ações da Petrobras é capaz de derrubar ou levantar o principal índice da bolsa.

Além da agenda corporativa, hoje também ficam no radar as falas de dirigentes do Banco Central, como Roberto Campos Neto, presidente da instituição, e Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, em evento que acontece nesta manhã.

Após a autoridade monetária ter deixado em aberto o futuro da Selic após o próximo corte de 0,5 ponto percentual, os investidores ficam atentos às pistas que eles podem dar sobre o que deve acontecer com os juros a partir daí (e, claro, que tipo de indicadores o BC está monitorando para tomar as decisões).

Por fim, por falar em indicadores, hoje os investidores também acompanham o Boletim Focus. O levantamento semanal do Banco Central traz as projeções de economistas para os principais indicadores financeiros do país e ajudam a balizar as expectativas do mercado. Nas últimas semanas, os economistas têm se mostrado mais otimistas, especialmente em relação ao PIB. Caso esse bom humor continue, isso pode se refletir no pregão.

Predio da Petrobras - — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Predio da Petrobras – — Foto: Leo Pinheiro/Valor



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