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Mercado repercute mudança no arcabouço fiscal e inflação no Brasil e nos EUA | Bolsas e índices


A quarta-feira (10) é marcada por desdobramentos de novelas importantes e por dados inflacionários no Brasil e no exterior. Por aqui, o IPCA de março será conhecido às 9h e o mercado deve usar os dados para especular sobre os próximos passos do Banco Central em relação à Selic. Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) vem na sequência, às 9h30 e também deve ser usado como uma balizador para as próximas reuniões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Como se não bastasse isso tudo, hoje os investidores também devem repercutir a aprovação, na noite de ontem (9), de um dispositivo que altera o arcabouço fiscal por aqui. A Petrobras também segue no radar, embora não tenha tido nenhuma novidade importante nos últimos dias.

Ontem à noite, a Câmara dos Deputados aprovou uma medida para alterar o arcabouço fiscal (conjunto de regras que o governo segue para manter as contas públicas em dia). Segundo o Valor Econômico, a mudança prevê que a permissão de uma antecipação de despesas após a divulgação do segundo relatório bimestral de 2024 já seja feita após o primeiro relatório, diante da alta extraordinária de receitas devido à taxação dos “super-ricos”.

De acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o projeto não altera o regime fiscal, já que “garante-se a antecipação da receita, com a punição se a receita não for alcançada”, segundo o parlamentar. Agora, a mudança precisa ser aprovada pelo Senado.

O assunto, no entanto, deve repercutir ao longo do dia. Isso porque o cumprimento de metas fiscais é uma das principais preocupações do mercado, já que um governo considerado “gastão” ou “irresponsável” tende a repelir investimentos.

Se por um lado esse assunto deve gerar polêmica, por outro, a “novela” da Petrobras parece ter dado uma trégua. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adotou um tom ameno em relação ao atual presidente da empresa, Jean Paul Prates, e afirmou que o presidente Lula não chegou a cogitar a saída do executivo. As falas podem trazer um pouco mais de tranquilidade para as ações da companhia, embora o tema siga no radar.

O que também fica no radar de hoje são os dados inflacionários de Brasil e Estados Unidos. Por aqui, a mediana de 38 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta para uma alta de 0,24% nos preços. O intervalo das projeções vai de um avanço de 0,15% até 0,34%.

O indicador é importante porque, em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou em aberto o futuro da Selic. Embora o Banco Central tenha praticamente cravado mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, o que virá a partir daí ainda é incerto. E uma das principais preocupações, claro, é justamente com a inflação.

Por fim, se o cenário por aqui está nebuloso, nos Estados Unidos é ainda pior. Para quem não se lembra, após a inflação dar sinais de arrefecimento no ano passado, o mercado passou a projetar que o Fed cortaria os juros já no começo deste ano. No entanto, indicadores de atividade mostraram que a economia americana segue firme e forte (o que, inclusive, se refletiu em uma inflação mais alta por lá) e colocou “água no chope do mercado”.

Agora, os investidores aguardam para ver se essa inflação segue persistente. Portanto, o dado de hoje deve ser analisado com lupa pelo mercado.

Dólar real — Foto: Getty Images
Dólar real — Foto: Getty Images



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