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Mercado repercute dados de emprego nos EUA, estímulos na China e projeto de taxação de fundos no Brasil | Bolsas e índices


A terça-feira começa com a divulgação do relatório Jolts de emprego nos Estados Unidos. Os mercados também seguem repercutindo a decisão da China de reduzir pela metade o imposto sobre investimentos em ações no país. Por aqui, o mercado repercute o projeto de lei que visa taxar rendimentos em fundos internacionais e o avanço da medida provisória para taxar os fundos exclusivos.

Ontem, o projeto de lei que visa taxar rendimentos de aplicações no exterior foi enviado ao Congresso Nacional. Segundo o Ministério da Fazenda, ele tem potencial de arrecadação da ordem de R$ 7,05 bilhões em 2024, próximo a R$ 6,75 bilhões em 2025 e R$ 7,13 bilhões para 2026.

Além disso, o presidente Lula ainda assinou a medida provisória que vai taxar os chamados fundos exclusivos (também chamados de onshore, em que só há um único cotista). A MP prevê a cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos dos fundos exclusivos. A previsão do governo é arrecadar R$ 24 bilhões entre 2023 e 2026. Para este ano, cerca de R$ 3,2 bilhões estão previstos para compensar a renúncia de receita com as mudanças na tabela do imposto de renda.

As medidas são algumas das apostas do governo para aumentar a arrecadação e, assim, conseguir zerar o déficit nos próximos anos e cumprir o que está previsto no arcabouço fiscal.

Enquanto Brasília segue no radar por aqui em um dia de agenda mais morna, lá fora os investidores ficam atentos ao relatório Jolts nos Estados Unidos, que será divulgado às 11h de Brasília. A pesquisa mapeia a abertura de vagas referente a julho e a expectativa do mercado é de que os EUA tenham registrado 9,465 milhões de vagas no mês. Em junho, foram 9,582 milhões.

Caso a expectativa se concretrize e o mercado de trabalho mostre um enfraquecimento, isso pode repercutir positivamente. Embora pareça contraditório dizer que isso é uma boa notícia, na atual conjuntura, é isso que tem acontecido nos EUA. A explicação pra isso é que quando o mercado de trabalho está aquecido, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disso é mais inflação, justamente o que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quer conter.

Portanto, o número de vagas abertas será monitorado de perto pelos investidores em busca de pistas sobre os próximos passos do Fed.

Por fim, outro assunto vindo de fora que também será monitorado pelos agentes financeiros hoje são os estímulo da China ao mercado financeiro. O Ministério das Finanças anunciou a redução do imposto sobre transações de títulos financeiros, de 0,1% a 0,05%, como forma de tentar estimular os mercados de ações do país. A China enfrenta dificuldades macroeconômicas que vêm se refletindo nas bolsas, incluindo a crise no setor imobiliário.

Segundo analistas, os estímulos são positivos porque trazem mais flexibilização para o mercado, por outro lado, há o temor de que estas medidas ainda sejam insuficientes.

  • A 123milhas realizou demissões em massa nesta segunda-feira em ao menos três setores, de compra, promo e emissão, segundo pessoas a par da situação. A companhia também virou alvo de uma avalanche de ações movidas por consumidores de todo o país. Só em Minas Gerais, onde fica a sede da empresa, foram abertos 708 processos entre 18 de agosto, quando a empresa suspendeu a emissão de passagens e dos pacotes da linha promocional, e o dia 24, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado. A média foi de 4,2 processos abertos por hora.
  • O GPA, dono do Pão de Açúcar, está avançando em sua estratégia de venda de ativos. A companhia, segundo fonte, está em fase de diligências, o chamado “due dilligence”, pelo jargão do mercado, para a venda de sua sede, no Jardim Paulista em São Paulo, disse uma fonte próxima à empresa, que falou na condição de anonimato. Para essa transação, a companhia tem a expectativa de colocar R$ 250 milhões em seu caixa.
  • Criada pelos grandes bancos em 1968 e vendida para o grupo irlandês Experian em 2007, a Serasa vem cada vez mais ampliando sua atuação e criando um ecossistema em torno da jornada de crédito do cliente. A companhia acaba de anunciar a compra da nona fintech em pouco mais de dois anos. Com a aquisição da FlexPag, vai oferecer um serviço de “central de pagamentos”, que permitirá ao consumidor visualizar todas contas do mês, incluindo as de consumo básico, como água, luz e gás.

EUA e China — Foto: GettyImages



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