Mercado acompanha inflação na zona do euro, varejo no Reino Unido e avanço dos ‘Tresuries’ nos EUA | Bolsas e índices

Logo pela manhã, foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro. O avanço foi de 5,3% em julho ante o mesmo período do ano passado. A notícia, no entanto, é parcialmente boa. Apesar da inflação ainda estar alta, ela mostra uma desaceleração, já que em junho o avanço foi de 5,5%. O indicador veio em linha com a previsão de consenso de economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

Apesar do arrefecimento, os juros na Europa ainda devem continuar subindo. Após a última alta, o Banco Central Europeu (BCE) reforçou que novos aumentos devem ser necessários. Em seus discursos, Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, destaca que os esforços são para fazer com que a inflação volte para a casa de 2% ao ano.

Outro indicador dessa manhã vindo da Europa foi o das vendas no varejo do Reino Unido, que caíram 1,2% em julho ante junho e 3,2% na base anual. O número ficou abaixo da expectativa do mercado, que esperava um declínio de “apenas” 0,5%. Em junho, o indicador teve uma alta de 0,6%.

Apesar da queda, o indicador pode ser lido de maneira positiva, uma vez que ele ele evidencia que há menos pressões inflacionárias. Assim como na zona do euro, o Reino Unido também lida com uma inflação alta e tem elevado os juros a fim de conter o aumento dos preços.

Nos Estados Unidos, o mercado fica de olho no rendimento dos Tresuries, especialmente de longo prazo. Ontem, os rendimentos passaram a subir em ritmo forte, com os títulos de 10 e 30 anos renovando suas máximas intradiárias desde 2007 e 2011, respectivamente.

Segundo especialistas, o movimento pode não ser justificado apenas pelo fato de que os juros nos EUA devem continuar subindo, mas também porque o governo está em déficit e, com isso, tem emitido novas dívidas.

• Leia também: Entenda o impasse do teto da dívida dos EUA e como ele afeta seus investimentos em 5 pontos

Por fim, em um dia de agenda vazia, no Brasil o ponto alto é que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicará, às 10h, a Sondagem da Indústria da Construção de julho. Em junho, o índice do nível de atividade ficou em 49,9 pontos, registrando estabilidade na comparação com maio, quando o índice correspondeu a 49,8 pontos. O índice do número de empregados também indicou estabilidade em relação a maio e ficou em 50 pontos.

• A decisão do governo de excluir o plano de vendas das ações remanescentes da Eletrobras ainda em posse da União foi oficializada hoje com a publicação de decreto presidencial. A medida foi tomada “sem maiores preocupações” com repercussões negativas no setor porque já era dada como certa pelo mercado, segundo informações de interlocutores familiarizados com o tema. O decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retirou a Eletrobras do Programa Nacional de Desestatização. Com isso, foi revogada a qualificação, no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), da fatia de 43% detida pelo governo federal na Eletrobras.
• Depois de a base de 33 milhões de clientes de varejo do Banco Original ter migrado para a PicPay, em julho, a empresa de tecnologia financeira do grupo J&F começa a pilotar a sua plataforma de investimentos. Foi a partir da DTVM Liga Invest, inicialmente modelada para ações e derivativos, mas que não chegou a ficar operacional, que nasceu a PicPay Invest. A instituição vai para a rua agora com a oferta de fundos de investimentos e ativos de renda fixa.
• Diante da perspectiva de melhora na demanda e nos preços da ureia, a Unigel decidiu retomar em setembro as operações na fábrica de fertilizantes de Sergipe, arrendada da Petrobras em 2020. Além disso, a companhia, que luta para superar uma grave crise financeira, retomou nesta semana a produção em sua unidade de estireno em Cubatão (SP). As iniciativas também vêm num momento em que a empresa renegocia dívida bilionária.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico