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Mercado acompanha impasse político nos EUA, estímulos na China, mudança nos precatórios e falas de Campos Neto | Bolsas e índices


O mercado hoje deve acordar aliviado após democratas e republicanos firmarem um acordo “temporário” que prorroga até novembro o financiamento do governo dos Estados Unidos. Com isso, o risco do chamado “shutdown” (quando o funcionamento de parte do governo é paralisado) ficou menor. Mas não é só isso que preocupa os investidores, a crise na China e a expectativa de juros maiores nos EUA seguem pressionando os mercados emergentes. Por aqui, a proposta do Ministério da Fazenda de quitar os precatórios com crédito extraordinário está no radar. Os investidores ainda acompanham a audiência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Câmara e o encontro dele com o presidente Lula ao fim do dia.

Ontem à noite, os líderes democrata e republicano do Senado norte-americano conseguiram aprovar um plano de financiamento do Estado até meados de novembro. Agora, no entanto, o plano precisa passar na Câmara, que tem maioria republicana. Ainda assim, analistas acreditam que a medida deve ser aprovada, o que diminui o risco de “shutdown”, que poderia impactar negativamente o mercado não só americano, como do resto do mundo devido aos riscos que uma paralisação do governo por lá acontecesse.

Mas esse não é o único risco que vem impactando os mercados, especialmente os emergentes. A perspectiva de juros maiores nos EUA já vem provocando uma fuga de capital para o país norte-americano e uma consequente alta do dólar.

Além disso, a crise imobiliária da China segue colocando os emergentes sob pressão. Embora o governo do país asiático tenha lançado mão de medidas de estímulo à economia e ao mercado financeiro, as dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário, especialmente com a crise da construtora Evergrande vem gerando incertezas. Recentemente, o grupo informou que não consegue emitir novos títulos de dívida, o que causou uma queda generalizada nas bolsas asiáticas.

Com isso, o governo e o banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) vêm aumentando as medidas de incentivo à atividade. Ontem (26), o PBoC informou que vai intensificar o apoio à economia e vai tornar a política monetária “precisa e enérgica” para expandir a demanda e aumentar a confiança.

Por aqui, os investidores monitoram o movimento do Ministério da Fazenda para que o Supremo Tribunal Federal (STF) classifique parte dos precatórios como despesa financeira, o que tiraria essa parcela dos limites de despesa e da meta de resultado primário do governo. No entanto, há analistas que consideram a mudança como um precendete para “contabilidade criativa”.

Para quem não sabe, os precatórios são dívidas do poder público decorrentes de decisões judiciais. Ou seja, alguém entrou com um processo na Justiça contra o governo federal (e o mesmo vale para estadual e municipal), e o Judiciário determinou que o governo precisa pagar aquela dívida.

Por fim, hoje o mercado também deve ficar atento às falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de audiência na Câmara dos Deputados às 9h e, ao final do dia, se encontra pela primeira vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 17h30.

  • Depois de a Petrobras anunciar, no dia 3 de agosto, um programa de recompra de ações, o conselheiro da empresa José João Abdalla Filho, conhecido como Juca Abdalla, aumentou a participação na companhia. O investidor adquiriu 2.085.100 ações ordinárias da empresa. O volume de ações compradas pelo conselheiro consta de documento com a posição consolidada de agosto, enviado pela petroleira ao mercado no dia 11 de setembro.
  • Às vésperas do Natal do ano passado, a Americanas avisou a debenturistas de três emissões diferentes que pretendia fazer o resgate antecipado dos papéis, que juntos somavam R$ 1,2 bilhão. Só uma das operações foi levada a cabo antes da revelação das “inconsistências contábeis” que fizeram a varejista pedir proteção contra credores. Mas as circunstâncias que levaram à tentativa e ao recuo permanecem como um dos enigmas dos dias que antecederam a debacle da varejista.

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

BDRs permitem que qualquer investidor brasileiro tenha acesso às empresas do mundo, como Apple e Google  — Foto: Getty Images
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