Livro Bege nos EUA, indicadores no exterior e escalada do preço de commodities marcam o pré-feriado | Bolsas e índices

Depois do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China, zona do euro e alguns países europeus decepcionar, hoje os investidores ficam de olho em outros indicadores do exterior. O dia começou com as vendas no varejo da zona do euro mostrando uma queda de 0,2% em julho ante junho, um pouco pior do que o esperado pelo mercado. Além disso, na Alemanha, as encomendas à indústria caíram 11,7% na comparação mensal, enquanto o mercado esperava uma queda de “apenas” 5%. Portanto, os resultados podem trazer mau humor para o pregão de hoje.

Mas há outros assuntos mais importantes no radar. A começar pelo famoso Livro Bege nos Estados Unidos. O documento é uma espécie de resumo das condições econômicas atuais do país. Ele serve como base para as discussões do Fede nas próximas reunião sobre a política monetária. Portanto, seus dados devem ajudar os investidores a preverem o futuro dos juros por lá.

Recentemente, o diretor do Fed Christopher Waller, sinalizou um apoio à pausa da alta dos juros por lá a fim de “esperar mais dados”.

Por enquanto, os sinais econômicos seguem mistos. Enquanto a inflação dá sinais de arrefecimento, outros indicadores de atividade seguem resistentes, o que poderia trazer mais pressão inflacionária. No entanto, o mercado de trabalho (que era um dos indicadores mais resistentes) mostrou um enfraquecimento na última semana, o que trouxe bom humor para os agentes financeiros.

Na atual conjuntura dos EUA, um mercado de trabalho mais fraco é uma boa notícia. A explicação para isso é que quando a economia está mais aquecida, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se há uma busca maior por trabalhadores, as companhias tendem a aumentar o salário nominal para atrair as pessoas. O resultado, portanto, seria mais inflação, justamente o que o Fed quer conter. Portanto, um indicador de emprego mais fraco pode significar que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não precisa aumentar tanto os juros daqui em diante. A próxima reunião acontece nos dias 19 e 20 de setembro.

Outro assunto que fica no radar hoje é a escalada dos preços de algumas commodities. O petróleo, por exemplo, encerrou o pregão de ontem acima de US$ 90 pela primeira vez neste ano.

A alta acontece após a Arábia Saudita e a Rússia estenderam o período dos seus cortes de oferta de barris por dia para até o fim do ano. Portanto, se há menos oferta do produto, o seu preço sobe. Quem se beneficiou disso foi a Petrobras, que ajudou a amortecer a queda do Ibovespa ontem.

O minério de ferro também vem mostrando alta, especialmente após a divulgação de que as vendas de casas aumentaram em algumas das principais cidades da China. O crescimento veio depois do lançamento de medidas de flexibilização imobiliária por parte do governo chinês a fim de aquecer a economia, que segue tendo dificuldades por lá.

Os investidores, então, devem ficar de olho especialmente no movimento de Petrobras e Vale, as duas empresas com maior participação no Ibovespa.

• A forte crise financeira e de reputação de empresas que oferecem os chamados pacotes flexíveis de viagem tem levado de volta clientes para plataformas mais tradicionais de venda. Com a migração, a Decolar chegou a registrar uma alta de 64% na procura por viagens no Brasil nas últimas três semanas (entre 13 de agosto e 3 de setembro), ante as três anteriores. Na CVC, a demanda está 20% acima do previsto para o período.
• A Tenda homologou na segunda-feira (4) sua oferta subsequente de ações ordinárias (follow-on), precificadas a R$ 12,50, somando R$ 234,4 milhões. O valor vai reduzir o endividamento da empresa. Os atuais 42% de relação entre dívida líquida corporativa e patrimônio líquido devem passar para 10%, segundo o presidente Rodrigo Osmo. Isso libera a Tenda de uma preocupação com covenants (compromisso sobre contratos de financiamento), que pediam teto de 85% para o indicador no segundo trimestre, mas que caem para 15% em 2025.
• O conselho de administração da Light aprovou uma nova estratégia para tentar reerguer a companhia, em uma reunião na segunda-feira (4). Ao invés de seguir o embate na recuperação judicial, os conselheiros querem acelerar o acordo com os principais credores e, assim, desistir do processo de recuperação judicial

Contém informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico