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iGUi aposta em piscina ‘aquário’ para esquentar vendas de verão nas franquias | Franquias


Uma piscina transparente feita de vidro, com aparência de um aquário, é a nova cartada do grupo iGUi para turbinar a rede de franquias, hoje composta majoritariamente pela marca Splash. O produto começou a chegar às lojas neste mês de outubro, considerado o início da alta temporada da empresa, com a missão de reverter a forte queda experimentada no ano passado, decorrente das fortes chuvas nos principais mercados da empresa. A informação foi adiantada em primeira mão a PEGN.

A piscina Aquarium é feita de vidro, um material mais nobre e resistente do que o tradicional acrílico, e se apresenta como uma alternativa mais sustentável às opções do mercado, de acordo com Filipe Sisson, CEO da empresa. O preço pode variar de acordo com a metragem e a obra necessária, o valor médio é de R$ 175 mil. “Estou muito feliz com essa empreitada nova da iGUi. A cada seis meses nós vamos lançar de duas a cinco novidades”, diz Sisson.

O lançamento tem a missão de reaquecer o melhor período de vendas para o grupo, que vai de setembro a fevereiro. No ano passado, o verão foi gelado para a iGUi, devido a um conjunto de fatores, que foram da incerteza econômica às turbulências climáticas.

De acordo com Sisson, o mercado de piscinas já vinha passando por desafios intensos desde o início da década passada, com a limitação gradual do crédito. “Mais de 60% das nossas vendas eram financiadas”, conta.

Filipe Sisson, CEO da iGUi — Foto: Divulgação
Filipe Sisson, CEO da iGUi — Foto: Divulgação

Até 2014, a empresa vinha baixando o preço para conseguir manter a vendas, mas a estratégia chegou a um limite. “Surgiu a ideia de trabalharmos com um produto mais sofisticado para pegar as classes mais altas. Lançamos a piscina de poliéster revestida com cerâmica e pedras naturais, mas o processo produtivo era muito caro”, diz. Mesmo com a evolução do modelo ao longo dos anos, a opção ainda saía mais cara quando comparada a piscinas tradicionais, de concreto.

Há dois anos, a empresa conseguiu chegar a um processo produtivo diferente, que mantinha a qualidade do produto, mas o tornava mais barato do que a alvenaria. Foi em cima desse molde que a Aquarium foi desenvolvida. “É um produto ecologicamente correto e que ainda custa menos. Estamos com uma joia na mão”, diz.

“Matar” a marca para mantê-la viva

Em 2014, com a iniciativa de sofisticar a iGUi, Sisson precisou pensar em alternativas para não deixar as classes B e C desassistidas. Para isso, foi criada a marca Splash, que vende piscinas a partir de R$ 14 mil. Os franqueados foram convidados a “trocar a bandeira” ao longo dos últimos dez anos. “Entendemos que se fôssemos manter o preço no patamar da iGUi, iríamos queimar a marca”, diz ele. “Tínhamos 500 lojas da iGUi em 2014, e hoje são 97.”

Atualmente, 24 lojas da iGUi são operações conceito, e a ideia é expandir esse modelo, que é focado em um cliente mais endinheirado — o investimento inicial para ter uma franquia desse formato é a partir de R$ 2 milhões. As lojas tradicionais, de “beira de estrada”, passaram a se chamar Splash, mas ainda carregam o sobrenome “by iGUi”. Nesse caso, o aporte inicial é a partir de R$ 150 mil.

Loja conceito da iGUi em São Paulo — Foto: Divulgação
Loja conceito da iGUi em São Paulo — Foto: Divulgação

De acordo com Sisson, os franqueados que fizeram a troca e tinham um bom desempenho na “venda de balcão” se deram bem na Splash. Mesmo que o processo de reposicionamento tenha sido “natural”, de acordo com ele, a mudança não foi uma unanimidade. “Nós perdemos entre 5% e 10% da rede, infelizmente.”

Hoje, são cerca de 600 lojas da nova marca ativas. No total, são quase mil operações no Brasil, considerando ainda as marcas de venda de piscinas Unlimited e Aguazul, além da franquia de serviços Tratabem — que demanda um investimento inicial a partir de R$ 75 mil.

Em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, a iGUi já passava pelo rebranding e precisou segurar os investimentos, diante da incerteza que rondava o mercado. Mesmo assim, registrou um faturamento de R$ 952 milhões, o dobro de 2019. Em 2021, registrou uma alta histórica de 72% nas vendas no mês de agosto.

O resultado foi atribuído ao home office compulsivo e à maior preocupação do brasileiro com a manutenção da própria residência. Todo o segmento de casa e construção deslanchou no período.

Unidade da Splash: lojas "beira de estrada" passaram por rebranding — Foto: Divulgação
Unidade da Splash: lojas “beira de estrada” passaram por rebranding — Foto: Divulgação

No ano passado, no entanto, a empresa sofreu um baque: as chuvas, sobretudo na região Sul, e a incerteza econômica abalaram a confiança de quem queria investir em uma piscina. A empresa diminuiu pela metade o que foi vendido na região no ano passado. “Esse ano começamos muito mal pela insegurança do governo novo e pelo clima. No nosso melhor período de vendas, que vai de setembro a fevereiro, só choveu. Isso sem contar os juros de quase 14%. [O conjunto] acabou conosco na alta temporada”, diz.

O empreendedor analisa que o clima mais estável —o verão fora de época em agosto teve efeito positivo sobre os resultados, mas não o suficiente para equilibrar as perdas — e a redução dos juros têm sinalizado para uma recuperação. Sisson não abre perspectivas de faturamento, mas acredita em uma alta de 5% na receita para este ano. “Até 15%, no máximo, se for muito bom. [Com a queda dos juros] o pessoal do carnê já voltou para nós”, diz.

A marca iGUi ainda é a “Worldwide” dentro do grupo, e não houve alteração nesse sentido, de acordo com Sisson. A empresa constantemente é a apontada como a franquia brasileira mais internacionalizada. No último levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), tinha 285 unidades em 50 países. O CEO explica que em cada mercado a atuação é diferente: existem lojas próprias, franquias, exportação, entre outros formatos.

De acordo com Sisson, os mercados estrangeiros também se transformaram ao longo dos anos. “Nós já fomos dominantes no Uruguai e principalmente na Argentina, mas apareceram concorrentes lá. Eles têm a cultura local, a gente não tem. Mantemos uma posição bacana, mas não somos mais monopolistas. Nós já tivemos 80% do mercado argentino, mas perdemos participação, e é natural.”



PEGN

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