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Galípolo, diretor do BC, lista fatores que podem retardar a desinflação e evita cravar taxas | Moedas e Juros


Galípolo afirmou, durante evento da Necton, que o mercado de trabalho está relativamente apertado e a inflação de serviços, rodando um pouco mais alta do que o desejável. Segundo ele, “o mercado mais apertado de trabalho e atividade mais forte, porém, podem significar um processo de desinflação mais lento”.Ele afirmou, no entanto, que apesar das incertezas o processo de desinflação continua a ocorrer.

“A gente reconhece que o mercado de trabalho mais aquecido e atividade econômica maior ainda não estabelecem um vínculo claro a um processo de aquecimento de economia, que represente uma reversão da trajetória”, disse. O dirigente do BC afirmou que a discussão sobre a retirada do “guidance” do comunicado “aconteceu de maneira muito produtiva, franca e honesta”.

“Penso mais como uma confissão de humildade em relação ao que está menos óbvio enxergar com clareza de onde podem vir as fontes para colaborar com um processo de desinflação mais acentuado”.

Segundo o diretor do BC, “isso reforça a ideia de ser mais dependente de dados” e que, em um ambiente com mais incertezas, é importante ganhar espaço para decisão. “Estamos tateando o problema num ambiente em que os instrumentos normais que usamos para projetar a política monetária não estão se comportando de maneira usual”.

Esse cenário não é uma exclusividade do Brasil, reforçou o diretor do BC. “O problema não é só no Brasil, mas acontece em outros lugares, como nos EUA.”

Para Galípolo, o BC reconheceu, na ata da última reunião do Copom, que, nos últimos meses, a correlação que poderia ser esperada do cenário de mercado de trabalho mais apertado e atividade mais forte nem sempre está se revelando de maneira mais óbvia.

O diretor fez referência ao fato de que o processo de desinflação tem ocorrido mesmo em um cenário no qual pressões de aumento de preços poderiam se intensificar.

Qual a taxa final deste ciclo?

O aumento do nível de incertezas tornou mais difícil para o Banco Central enxergar o fim do ciclo de corte de juros, avaliou o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo. “Com esse nível de incerteza, a taxa terminal está mais difícil de enxergar.”

Durante evento na Necton nesta noite, Galípolo enfatizou que qualquer tipo de sinalização por parte do BC poderia trazer mais ruídos. “De onde consigo enxergar, não me aventuraria a fazer isso [uma sinalização]. Corro o risco de trazer mais volatilidade”, ponderou. “É preciso esperar para ver como as coisas vão se desdobrar.”

Conforme o diretor, “nesse ambiente, não queremos criar uma mecanicidade”.



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