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Falas de dirigentes do BC americano e dados das contas externas e balança comercial do Brasil marcam o dia | Bolsas e índices


A semana segue sendo marcada por falas de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Um dia antes do “payroll”, famoso indicador de emprego dos Estados Unidos, as falas ganham ainda mais importância. Na agenda local, os investidores ficam de olho nos dados sobre transações internacionais divulgados pelo Banco Central, além da balança comercial de março. Por isso, o câmbio deve ficar no ponto alto do radar dos investidores nesta quinta-feira (4).

Ontem (3), Jerome Powell, presidente do Fed, voltou a trazer uma “mensangem de esperança” ao mercado ao afirmar que é cedo para afirmar se a inflação alta se sustentará por lá, apesar dos dados econômicos mostrarem uma atividade resiliente. As falas, portanto, deixam no ar pistas sobre o futuro dos juros. Afinal, uma vez que a inflação mostre sinais de arrefecimento, é possível esperar uma queda no juro americano, que segue em patamar recorde.

Por outro lado, os dados de atividade seguem mostrando força, especialmente em relação ao mercado de trabalho. Amanhã (5), inclusive, é dia de um dos mais importantes, o chamado “payroll”. Caso o indicador venha acima do esperado, isso pode causar mau humor no mercado.

Embora pareça contraditório dizer que notícias sobre dados fortes de emprego tenham um lado ruim, na atual conjuntura, é isso que tem acontecido nos EUA. Isso acontece porque quando o mercado de trabalho está aquecido, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disso é mais inflação, que é exatamente o que o Federal Reserve quer conter.

Hoje, sete dos chamados “Fed boys” (nome dado aos dirigentes do banco central americano) fazem discursos, que devem ser acompanhados com atenção pelo mercado.

Por aqui, os investidores ficam de olhos em dados das contas externas (que serão divulgados às 8h30 pelo Banco Central) e da balança comercial de março, que serão conhecidos às 15h.

As perspectivas são de que haja um superávit ainda forte na balança comercial, o que pode ajudar a desafogar um pouco o câmbio, que segue sofrendo devido às perspectivas de que os juros sigam altos nos Estados Unidos. Com esse cenário no radar, muitos investidores preferem ter seu dinheiro alocado nos títulos públicos americanos, que seguem com rendimentos altos, do que se apostar em mercados e países mais arriscados, como o Brasil.

Inflação nos EUA — Foto: Getty Images
Inflação nos EUA — Foto: Getty Images



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