Ex-enfermeira cria rede de massagem sem hora marcada que fatura R$ 150 mil por mês | Franquias
Inconformada com o salário insuficiente para suas despesas e as condições precárias de trabalho, a enfermeira Mayra Moraes, 38 anos, resolveu fazer uma renda extra trabalhando com o que gostava: estética e bem-estar. A escolha, feita há dez anos, foi se aprimorar em técnicas de massagem. Com o tempo, ela migrou de área, deixando a enfermagem apenas no currículo. No ano passado, cofundou a Fast Massagem, que tem faturado cerca de R$ 150 mil por mês, e começa a crescer por meio de franquias em 2024.
Quando iniciou a carreira na área de bem-estar, Moraes abriu uma clínica em Goiânia (GO), onde mora, mas a primeira gravidez fez com que ela precisasse se dividir entre o empreendedorismo e a maternidade. Com o tempo, foi ganhando tração na região. “Quando veio a pandemia, eu estava no ápice da minha carreira. Tinha duas clínicas, 12 funcionários. Mas meu contador me chamou, mandou fechar as portas e mandar todo mundo embora, porque negócios de estética não iam se segurar”, diz.
Ela conta que até recebeu propostas para voltar a trabalhar com enfermagem durante a crise sanitária, mas que não queria desistir do sonho de ter a própria rede de estética. No entanto, quando engravidou da segunda filha, decidiu focar na vida pessoal.
Em 2021, Moraes recomeçou do zero, com a ajuda de uma funcionária das antigas clínicas. “Já comecei a desenhar o que seria a Fast Massagem, com atendimento sem hora marcada, que sempre tinha sido um dos meus diferenciais. Fui fazendo meu nome e ficando mais conhecida”, diz.
No ano seguinte, ela atendeu o atual sócio Eduardo Pacheco, 28 anos, como cliente. Ele se mostrou interessado no negócio e disse que havia potencial para crescer, mas Moraes respondeu que “faltava a verba.” O assunto ficou parou ali.
A empreendedora estava grávida da terceira filha na ocasião, e conta que recebeu uma ligação de um primo, o médico Rodrigo José de Souza, 33 anos, a convidando para participar da sociedade em uma nova clínica de estética tecnológica em Goiânia.
“Eu disse para ele que a mão toca onde nenhum aparelho toca. Tem o carinho, o aconchego, a conversa, tudo que todo mundo estava buscando depois da pandemia. Propus abrir uma clínica de massagem sem hora marcada. Eu já conhecia o mercado, sabia os meses que iam bem, tinha criado diversas técnicas, sabia o perfil dos clientes, tudo”, diz Moraes.
Os dois começaram a desenvolver o negócio e chamaram Pacheco, o cliente que tinha ficado interessado no negócio, para a empreitada.
A primeira unidade foi aberta em novembro do ano passado, com um investimento de cerca de R$ 900 mil. Pouco tempo depois, a marca foi procurada pelo Grupo Fast, especializado em expansão de franquias e responsável pelo crescimento de marcas como Duckbill e Óticas Central.
“Nesse período formalizamos todo o negócio, com a Circular de Oferta de Franquia (COF), manuais, nos associamos à Associação Brasileira de Franchising (ABF). Vamos abrir a primeira franquia até o Dia das Mães”, afirma Pacheco. Ele projeta vender 100 unidades até o fim do ano e bater um faturamento de R$ 10 milhões.
De acordo com ele, já há conversas avançadas em outras cidades goianas, como Anápolis e Rio Verde, e também em outros estados, mas o crescimento deve ser em espiral. O plano é expandir tanto em lojas unitárias quanto no modelo store in store, para hospitais e centros de bem-estar. O investimento para se tornar um franqueado da Fast Massagem vai de R$ 99 mil, para um espaço com duas massagistas, a R$ 299 mil para uma clínica com oito salas.
De acordo com Pacheco, o conceito de não ter hora marcada gera uma fila de, no máximo, 20 minutos. “Hoje temos sete profissionais a postos na clínica para atender por ordem de chegada”, diz o empreendedor.
O serviço carro-chefe da Fast Massagem é uma técnica chamada Lipo Manual, que custa cerca de R$ 220. A clínica também tem bastante demanda por massagens para grávidas e por uma técnica criada por Moraes chamada Três Marias, inspirada em suas três filhas. A Fast Massagem ainda oferece serviços de reflexologia, lift facial, drenagem linfática, massagem anti-estresse, entre outros.
A marca vê espaço para crescer com o público masculino, que representa 10% do total atualmente, e tem fomentado uma frente de produtos e cosméticos próprios, que serão vendidos nas franquias e podem chegar ao varejo, no futuro. “Atualmente, representam 15% do faturamento”, diz Pacheco.
