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EUA criam mais empregos do que o esperado. E isso pode ser uma má notícia para a bolsa | Investimento no Exterior


O setor privado dos Estados Unidos abriu 184 mil postos de trabalho em março deste ano, segundo pesquisa divulgada pela Automatic Data Processing (ADP) feita em conjunto com o Stanford Digital Economy Lab.

O resultado ficou acima das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 155 mil novos empregos.

O dado de março representa uma aceleração ante o levantamento de fevereiro e janeiro da ADP, quando foram criados respectivamente 155 mil e 111 mil empregos nos dados revisados. A empresa ainda destaca que os ganhos salariais para os americanos que mudaram de emprego aceleraram de forma expressiva para 10% em março, ante 7,6% em fevereiro e 7,2% em janeiro. Já o aumento para os trabalhadores que permaneceram em seus empregos foi de 5,1% em março, mesmo patamar do mês anterior.

A maior parte dos novos empregos vieram do setor de serviços, com 142 mil postos abertos. Lazer e hospitalidade liderou o movimento com 63 mil novos empregos. Já na produção de bens de consumo houve abertura de 42 mil postos, puxada pelos 33 mil novos trabalhadores no setor de construção dos Estados Unidos.

Como isso impacta os juros e a bolsa?

O resultado mostrou que o mercado de trabalho americano segue forte, inclusive superando as projeções. E, embora pareça contraditório dizer que dados fortes de emprego tenha um lado ruim, na atual conjuntura, é isso que tem acontecido nos EUA. E a tendência é que esse resultado impacte negativamente a bolsa e mantenha os juros em patamares elevados.

Isso acontece porque quando o mercado de trabalho está aquecido, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários.

O resultado disso é mais inflação, que é exatamente o que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) quer conter. E o principal instrumento usado para conter a alta dos preços é a elevação dos juros.

Como bem se sabe, os juros estão em patamares recordes nos EUA justamente para tentar controlar a inflação. Portanto, com o mercado de trabalho aquecido, é possível esperar que os juros sigam em patamares elevados por mais tempo.

EUA mercado de trabalho payroll — Foto: Getty images
EUA mercado de trabalho payroll — Foto: Getty images



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