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Empreendedores se unem a ex-CEO do Giraffas e à Wiz para criar microfranquia de venda de planos de seguros | Franquias


O que um ex-CEO de fast food, três fundadores de uma marca de passadoria de roupas e duas pessoas com experiência no ramo de seguros têm em comum? Provavelmente pouca coisa, mas seis executivos que se encaixam nessas descrições se uniram, entre 2021 e 2022, para empreender juntos e criar a franquia Me Protege, especializada na venda de seguros e planos de saúde para pessoas físicas, microempreendedores e empresas.

O objetivo é transformar empreendedores comuns em empresários do setor, habilitados para venda de produtos da Wiz Co, empresa de capital aberto do ramo de seguros e benefícios, com 50 anos de mercado. Os detalhes sobre o negócio foram revelados em primeira mão a PEGN.

Os empreendedores envolvidos na empreitada são Alexandre Guerra, ex-CEO do Giraffas e ex-vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF); Claudio Augusto, Marlon Lúcio e Eduardo Koji, fundadores da Mania de Passar, que chegou a ter 240 franqueados e foi vendida para a Unilever em 2019; Rafael Lemos e Rodrigo Aragão, executivos com ampla experiência no ramo de seguros e planos de saúde.

Até o momento, a Me Protege já consumiu um investimento de cerca de R$ 2,6 milhões, feito tanto pelos fundadores quanto pela Wiz Co. O objetivo é vender planos de saúde, seguros e benefícios operados pela Mais Você by Wiz, unidade de negócio criada dentro da Wiz Co especificamente para atender a franqueadora. A divisão é comandada pelo executivo Paulo Sampaio (ex-Totvs).

A proposta da franquia é facilitar o acesso a serviços de saúde e seguros para o público. Entre os produtos oferecidos estão consultoria para contratação de convênios, Clud (pacote com telemedicina, desconto em farmácias e redução no valor de exames) e benefícios como vale-transporte, refeição e alimentação.

O projeto dos empreendedores é ambicioso: chegar a mais de 4,5 mil vidas vendidas, por meio de 315 franquias em todo o Brasil até o fim de 2024. A ideia é que isso renda um faturamento de R$ 5 milhões para o negócio. Até o momento, são 20 franqueados ativos em São Paulo. No primeiro ano de atuação, a rede vendeu mais de 1 mil vidas e teve um faturamento geral de R$ 1 milhão.

O investimento inicial para se tornar um microfranqueado da Me Protege é a partir de R$ 12,6 mil. O empreendedor atua em home office e tem acesso ao sistema da Mais Você by Wiz com os leads da região. A captação é feita pela própria seguradora e enviada para os franqueados entrarem em contato e venderem para o cliente.

De acordo com os executivos, os franqueados recebem até 150% de comissão sobre o valor da parcela do produto vendido. Por exemplo, se for negociado um plano com parcelas de R$ 5 mil, o franqueado receberá R$ 7,5 mil, em até três vezes (75%+50%+25%). “Contratos de plano de saúde, geralmente, são longos. Dessa forma, a operadora faz bons acordos de remuneração, que nos permite fazer esse repasse para o franqueado”, afirma Augusto.

Mensalmente, o empreendedor precisa pagar royalties mínimos de R$ 400 e taxa de propaganda de R$ 300, mas fica isento das taxas de conseguir vender e implantar R$ 2,5 mil no mês.

Alexandre Guerra, que ficou no Giraffas até abril de 2020, também já foi vice-presidente da ABF e conta que começou a observar o crescimento do setor de microfranquias enquanto estava na entidade. Durante sua gestão (2017/2018), o nicho começava a se expandir com mais velocidade. Depois de perceber que havia uma ampla gama de negócios que ajudavam pequenos empreendedores a prosperar, ele passou a acompanhar o nicho mais de perto.

Alexandre Guerra, sócio da Me Protege — Foto: Divulgação
Alexandre Guerra, sócio da Me Protege — Foto: Divulgação

Ele conheceu Augusto, Lúcio e Koji durante um processo de mentoria, ainda nos tempos da Mania de Passar, que depois da aquisição pela Unilever mudou o nome para Omo Passa Fácil. Algum tempo depois, ele começou a conversar com acionistas da Wiz Co sobre a possibilidade de criar uma microfranquia que ajudasse a turbinar a venda de seguros e planos de saúde. Atualmente já existem marcas que atuam nesse nicho, como a Prudential.

O processo de desenvolvimento do negócio levou cerca de um ano. Nesse período, os sócios buscaram entender como conseguiriam simplificar os processos de venda e pós-venda de planos de saúde, ou seja, transformar um negócio técnico em algo prático e didático, que pudesse ser oferecido por empreendedores não diretamente ligados ao mercado.

De acordo com eles, a ideia era deixar de lado a ideia do “corretor com pastinha” para adotar algo mais acessível, que ajudasse a levar a informação de forma clara para o consumidor pessoa física, microempreendedor ou pequena empresa. Algo que pudesse ser vendido durante uma conversa em um churrasco, por exemplo.

Foi nessa fase que Guerra e os três fundadores da Mania de Passar chamaram Lemos e Aragão para o negócio. O primeiro tem mais de vinte anos de experiência no setor. “O diferencial de entregar o lead para o franqueado é uma das principais vantagens. Esse é um dos maiores desafios do mercado atualmente”, afirma Lemos.

Após o desenvolvimento da metodologia, com testes executados pelos próprios sócios, eles resolveram validar o modelo na prática. “Chamamos os três primeiros franqueados, que eram conhecidos nossos, e nomeamos de beta, para testar o método. Com eles, nós estruturamos como seria o treinamento, quais necessidades o franqueado teria e como deveríamos nos preparar para atendê-las”, explica Koji. Os três empreendedores da primeira fase ainda estão na rede.

Guerra diz estar animado com a empreitada, sobretudo com a possibilidade de atuar diretamente no mercado de microfranquias, um nicho que passou a admirar após sua passagem pela ABF, e que estava nos seus planos de empreendedorismo há alguns anos.

“Eu sempre quis fazer parte de um negócio de microfranquia, porque acredito que é um caminho positivo para a sociedade como um todo. Temos uma dificuldade cada vez maior em termos de oferta de emprego, existe muito o ‘prendimento’ do colaborador em relação a horário de trabalho. Ele abre mão da qualidade de vida em nome de um emprego, isso quando tem. A microfranquia surge como uma opção para dar essa liberdade”, afirma.



PEGN

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