Dicas

Ela começou com R$ 5 mil e hoje tem rede de brechós infantis que fatura R$ 20 milhões | Franquias


Antes de vestir o uniforme de empreendedora, a mineira Vivian Deus, 47 anos, foi caixa de supermercado, vendedora de bijuteria e até sacoleira, mas nada disso a satisfazia. Ao longo de dez anos, ela deu aulas, mas embora estivesse mais feliz, a remuneração a desanimou. Sem medo de arriscar, se tornou inspetora de solda: mas a necessidade de viajar também era um empecilho.

“Um dia, estava saindo do supermercado com minha mãe e minhas duas filhas e vi um brechó infantil. Nunca tinha ouvido falar naquilo. Entrei e comprei uma calça jeans por R$ 19,90. Achei o máximo, com o salário de professora eu não tinha como comprar o mesmo produto numa loja normal”, conta.

Vivian conta que ficou “viciada” e voltava toda semana para ver as novidades. Foi quando ela pensou: “Vou abrir um ‘trem’ desse para mim. Se beneficia tantas pessoas, eu posso ter um também.”

Em dezembro de 2012, nasceu o Joaninha Brechó Infantil, em Belo Horizonte. O negócio surgiu com R$ 5 mil emprestados pelo marido para a compra das primeiras peças e a adequação de um espaço de quatro metros quadrados — compartilhado com uma loja de bairro dentro da garagem da avó.

Atualmente, o negócio tem 38 franquias em funcionamento e 17 em implantação. O faturamento no ano passado foi de R$ 20 milhões e a perspectiva para 2023 é fechar com R$ 30 milhões e 75 unidades vendidas.

Joaninha Brechó Infantil: negócio faturou R$ 20 milhões em 2022 — Foto: Divulgação
Joaninha Brechó Infantil: negócio faturou R$ 20 milhões em 2022 — Foto: Divulgação

Apesar dos números de hoje, a empreendedora conta que o começo não foi tão feliz. “Não apareceu ninguém na inauguração. Fiquei lá sozinha com os salgadinhos e os refrigerantes”, diz.

A empreendedora decidiu que aquele revés não a desanimaria. Chegou em casa, abriu o computador e anunciou as 50 roupas infantis que tinha no Facebook, em uma página criada para divulgar a marca. Dois dias depois os itens já estavam vendidos, e a página ganhara 100 seguidores.

O alcance foi aumentando, e, um mês depois, ela conquistou dois mil potenciais clientes na rede social. Foi quando a loja física começou a ficar pequena para o movimento e passou a demandar agendamento para os atendimentos. “Todo mês eu chamava meu marido para fazermos adaptações e receber os clientes, porque a procura começou a ficar grande”, conta.

Dois anos mais tarde, Vivian decidiu deixar o emprego de professora – ela ainda dava aulas de manhã e à noite – e focar no brechó. Foi quando mudou o empreendimento para um ponto de 50 metros quadrados, em uma localização mais central na cidade. O faturamento quadruplicou em 30 dias, passando a R$ 32 mil.

Em 2015, ela se mudou para um espaço ainad mais amplo, de 600 metros quadrados, onde pôde separar salas para roupas masculinas e femininas e atender ainda mais clientes. Nessa época, o faturamento chegou a bater R$ 180 mil por mês.

Loja conceito do Joaninha Brechó em Belo Horizonte — Foto: Divulgação
Loja conceito do Joaninha Brechó em Belo Horizonte — Foto: Divulgação

Três anos depois, a empreendedora criou um e-commerce e decidiu abrir franquias após perceber que clientes de outras cidades vinham até Belo Horizonte apenas para ir até à loja. Isso sem contar a demanda das vendas online, que continuou forte – hoje, o canal representa 30% do faturamento. O processo de estruturação durou um ano e ela abriu a primeira unidade franqueada em dezembro de 2019. A segunda e terceira vieram no começo de 2020 – a última foi inaugurada com as portas fechadas, devido à pandemia, mas fortemente amparada no digital.

Durante a crise, o Joaninha Brechó teve uma expansão acelerada. Até o fim de 2021, foram 32 franquias negociadas. Hoje são 38 em funcionamento nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Roraima, Pernambuco, Goiás e Pará. A empreendedora formatou dois modelos de franquias: o tradicional e o smart, para cidades de até 100 mil habitantes. O investimento inicial para ter uma loja é a partir de R$ 125 mil.

Com o conceito de economia circular, os fornecedores dos brechós são também os principais clientes. Mães e pais são recebidos nas lojas com os itens para desapego e podem escolher se vendem — após uma avaliação e curadoria da equipe da marca — ou trocam por outros produtos. Há também a opção de deixar o item em consignado.

Para ajudar a turbinar o estoque das lojas e ampliar o conceito de economia circular, Vivian investiu cerca de R$ 70 mil há pouco mais de dois meses, para montar dois centros de distribuição em Belo Horizonte. A ideia é negociar com fábricas para garimpar peças com pequenos defeitos e distribui-las para as franquias.



PEGN

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo