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Dono do Subway no Brasil pede recuperação judicial: veja histórico turbulento da rede no país | Franquias


A SouthRock entrou com um pedido de recuperação judicial avaliado em R$ 1,8 bilhão na noite desta terça-feira (31/10). A empresa é gestora de diversas marcas, entre elas Starbucks, Eataly e T.G.I. Fridays, e assumiu o controle da rede de franquias Subway no país em maio do ano passado. Diante da repercussão da notícia, em comunicado ao qual PEGN teve acesso, a rede de lanchonetes esclareceu não estar incluída no processo.

Quem assina o texto enviado aos franqueados da marca é William Giudici, country manager do Subway. “A decisão, que envolve determinadas marcas do portfólio da empresa não se aplica ao Subway no Brasil”, diz o texto. A SouthRock confirmou, em resposta a PEGN, que Subway não está na recuperação judicial “por uma decisão de negócios, tomada em conjunto com os parceiros comerciais”. A empresa não comentou sobre possíveis efeitos na marca.

Situação semelhante aconteceu no início do ano, com a recuperação judicial da Americanas. O Grupo Úni.co, detentor das marcas Imaginarium e Puket, não estava incluso no processo, mas especialistas avaliavam que poderia haver risco de imagem, desabastecimento ou ainda de uma tentativa de venda para levantar recursos, como, de fato, ocorreu.

De acordo com um ranking divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) no início deste ano, o Subway tinha 1.861 lojas no Brasil no período e era a sexta maior franquia em operação no país. Dois dias antes do anúncio da recuperação judicial da SouthRock, a rede divulgou ter se tornado patrocinadora do Time Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, como uma forma de “consolidar” a marca no segmento esportivo.

O Subway chegou ao Brasil pela primeira vez em 1994, por meio de um máster-franqueado — operador com poder de subfranquear a marca no território —, o empresário José Roberto Peixoto. O negócio começou a crescer, mas se viu enroscado poucos anos depois, devido a algumas decisões de gestão avaliadas como ruins por especialistas. Em 2002, quase desapareceu do mapa brasileiro.

Seis anos depois, a matriz americana voltou com um novo modelo, de desenvolvedores de área. Neste formato, o franqueado fecha um contrato com a franqueadora para abrir uma determinada quantidade de lojas dentro de um território delimitado. Em alguns casos, há um período de tempo estimado para que essas inaugurações ocorram. Em 2021, Giudici disse a PEGN que havia 13 divisões de território no Brasil.

No caso do Subway, o modelo deu certo, atrelado a um bom momento econômico vivido pelo país. A rede chegou a ter mais de 2 mil lojas, mas precisou fazer uma “sanitização” da rede em 2019, quando fechou mais de 130 operações que não estavam indo bem, por problemas financeiros da unidade ou ausência do franqueado na gestão. No mesmo ano, no entanto, a marca lançou uma de suas principais promoções, o 2 por 1.

Em janeiro do ano passado, a empresa trouxe Jorge Rodriguez para comandar a operação latino-americana e caribenha. William Giudici, ex-McDonald’s, é diretor para o Brasil e Cone Sul desde 2021. Na época, em entrevista a PEGN, ele disse que tinha como principais desafios aumentar a confiança dos franqueados na marca e a rentabilidade das lojas.

No ano passado, durante o anúncio da compra do Subway, a SouthRock disse que pretendia “modernizar” as lojas existentes e priorizar o atendimento digital. “O histórico de nossa equipe de gestão é baseado no crescimento por meio da excelência operacional, e nossos valores são baseados em nosso respeito por nossos colaboradores e pelas comunidades que atendemos”, afirmou Ken Pope, fundador e CEO da SouthRock, em nota, na ocasião.

Desde agosto, a marca global também tem um novo dono: a empresa de private equity Roark Capital, que comprou a rede em negócio foi avaliado em US$ 9,6 bilhões. John Chidsey, que está na empresa desde 2019, e se encarregou pessoalmente das contratações de Rodriguez e Giudici, permanece como CEO da empresa. Hoje, o Subway é a sétima maior franqueadora dos Estados Unidos em faturamento, de acordo com o Franchise Times. A rede tem cerca de 20 mil lojas só no país. Globalmente, são cerca de 36,5 mil restaurantes.



PEGN

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