Dólar fecha no maior nível em quase um ano após ataque do Irã a Israel | Moedas e Juros

O movimento foi puxado principalmente por uma aversão a risco causada pela crise no Oriente Médio, o que impulsiona a busca por investimentos considerados mais seguros, como ouro, títulos públicos americanos e o próprio dólar.

Ainda que a crise no Oriente Médio não tenha se desdobrado para um conflito entre Irã e Israel, os investidores seguem cautelosos com o tema, aponta Marília Fontes, sócia da casa de análises Nord. “O mercado está muito preocupado com a escalada do conflito. Embora as atitudes do Irã tenham sido pouco eficazes, o maior medo é de uma retaliação de Israel, que diz estar pronto para retaliar. Como reflexo, a maioria dos países emergentes está sofrendo, assim como a bolsa, em um movimento forte de aversão a risco”.

O câmbio também refletiu a preocupação com a mudança da meta fiscal aqui no Brasil, que fez que o real ser ainda mais penalizado. Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou as expectativas de o governo pôr a mesa nova meta fiscal para 2025. Para o ano que vem, a equipe econômica de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve perseguir déficit zero.

A meta anterior para o próximo ano, era de superávit primário de 0,5% do PIB, aproximadamente R$ 60 bilhões, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo. Em reação à fala de Haddad, o dólar foi às máximas do dia até aqui, a R$ 5,22, em alta de 1,83%.

A moeda foi impactada ainda por dados fortes da economia americana. Nesta segunda-feira (15) os investidores ainda repercutem os dados de varejo dos Estados Unidos. As vendas do setor caíram de 0,9% em fevereiro para 0,7% em março, quando analistas esperavam crescimento de 0,3%. Ou seja, apesar da desaceleração, ficaram bem acima das expectativas, o que pode trazer o temor de pressões inflacionárias.

Operadores mencionaram também movimentos técnicos, como o possível fechamento de posição de investidores relevantes.