Câmbio

Dólar fecha no maior patamar em mais de um ano pelo 2º dia consecutivo | Moedas e Juros


O dólar fechou a sessão desta terça-feira (16) em forte alta, e renovou sua cotação no maior patamar em mais de um ano pelo segundo dia consecutivo. No encerramento dos negócios a moeda avançou 1,64%, a R$ 5,269. Na máxima do dia, o câmbio foi a R$ 5,287. A moeda americana fechou no maior patamar desde 23 de março de 2023, quando encerrou o dia valendo R$ 5,288.

O acirramento dos conflitos entre Irã e Israel continuou pressionando o câmbio. Riscos geopolíticos tendem a fortalecer o dólar, que é considerado um porto seguro.

A piora da percepção do risco fiscal brasileiro adiciona ainda mais peso sobre a relação entre real e dólar. Marília Fontes, sócia da casa de análises Nord, aponta que nos últimos meses, o governo veio reconhecendo a dificuldade que terá em entregar a meta fiscal. Mesmo assim, se recusou a falar em corte de gastos e seguiu aumentando a arrecadação para reduzir o déficit fiscal.

Como a arrecadação sozinha não será suficiente para o governo atingir a meta fiscal, ontem (15) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a meta para 2025 será alterada de um superávit de 0,5% para um saldo de zero. “Mudar a meta quando não se consegue cumpri-la é um golpe baixo e obviamente descredibiliza qualquer regime fiscal. O mercado acaba respondendo com aumento do prêmio de risco, traduzida na fuga de capitais e, como consequência, uma desvalorização do câmbio”, conclui Fontes.

Isso tudo acontece em um momento no qual as taxas de juros brasileira estão caindo, enquanto os juros americanos seguem altos. Ou seja, quando existe uma fragilidade cambial de redução de atratividade do real, o que desvaloriza ainda mais a moeda.

Para o economista do banco suíço Julius Baer, David Alexander Meier, a divulgação do índice de inflação dos EUA na semana passada, que surpreendeu marginalmente para cima, teve um impacto significativo nas expectativas sobre o alívio da política do BC dos EUA, o Federal Reserve (Fed), e adiou as expectativas para o primeiro corte de juros americano.

Hoje, mais uma vez, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, provocou mais incertezas no mercado. O chefe da autoridade monetária assumiu postura mais restritiva em discurso nesta terça (16). Segundo o executivo, dados mais recentes de inflação trouxeram novas incertezas sobre quando e “se” o Fed será capaz de cortar os juros este ano.

Por conta disso, o fortalecimento do dólar provavelmente durará alguns meses, já que a vantagem da taxa dos EUA temporariamente se amplia em relação às de outras economias.

Em alta, investimento no exterior requer cuidados com impostos e sucessão; entenda — Foto: Getty Images
Em alta, investimento no exterior requer cuidados com impostos e sucessão; entenda — Foto: Getty Images



Valorinveste

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo