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Dirigente do BC dos EUA modera tom sobre nova alta nos juros e prega ‘cautela’ | Investimento no Exterior


O vice-presidente do conselho do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Philip Jefferson, disse nesta segunda-feira (9) que qualquer nova alta de juros feita pelo Fed tem que ser realizada com muita cautela para não provocar danos à economia.

Segundo ele, o Fed está em um período sensível de administração de risco, onde tem que se equilibrar o risco de não ter apertado suficiente com o de deixar a política muito restritiva. “O equilíbrio destes dois riscos foi um bom motivo para deixar as taxas inalteradas na mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc)”, disse em um discurso hoje na convenção da National Association for Business Economics.

Jefferson lembrou que mesmo com a queda registrada na inflação, ela continua muito alta e resiliente, principalmente o núcleo de serviços excluindo imóveis, que ainda precisa desacelerar de forma significativa. Da mesma forma, Jefferson disse que há evidências de que o mercado de trabalho está esfriando, com o número de novas vagas declinando em 1 milhão de postos entre janeiro e agosto.

“Até o momento, a economia tem sido resiliente e a inflação cedendo. Entretanto, eu adicionei um alto grau de incerteza no meu cenário e vejo muitos riscos. Estou especialmente atento aos riscos de alta de inflação, como aqueles associados com a economia e o mercado de trabalho ficando muito forte para desacelerar mais a inflação, assim como riscos associados a elevações inesperadas nos preços de energia”, disse.

O vice-presidente do conselho do Fed também disse que a transmissão da política monetária ainda não chegou na dívida das grandes empresas já que os títulos de dívida corporativa dessas empresas são em renda fixa e foram emitidos antes de 2022. Segundo ele, na média, o juro média dessa dívida ainda é baixo. “Essa taxa deve aumentar de forma considerável no próximo ano quando uma grande parte dos títulos corporativos vincendos serão refinanciados”, afirma.

Jefferson afirmou também que a recente alta dos rendimentos dos Treasuries pode ser um reflexo da economia resiliente ou sinalizar uma mudança de atitude por parte dos investidores em relação aos riscos e incertezas à frente.

Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

 — Foto: Getty Images
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