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Dados de varejo, votação da reforma tributária e falas de Campos Neto e Powell marcam a quarta | Bolsas e índices


A quarta-feira (8) é marcada por uma agenda intensa tanto de discursos quanto de indicadores. No Brasil, dados do varejo são divulgados às 9h. Além disso, o dia ainda conta com a possível votação da reforma tributária no plenário do Senado e com uma palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 15h40. Como se não bastasse as falas da autoridade monetária brasileira, há ainda discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) às 11h15. Por fim, outro assunto que segue no radar é a temporada de balanço. Antes da abertura do pregão, há divulgações de Eletrobras e BTG. Ao final do dia, empresas como Banco do Brasil, Braskem, Casas Bahia e Minerva publicam seus resultados.

O dia começa com a divulgação dos dados do setor do varejo em setembro. Segundo a mediana da projeção de 26 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o volume de venda no varejo restrito deve ter caído 0,1% em setembro. O intervalo entre as projeções, no entanto, varia entre queda de 1,2% e 0,6%. Caso as projeções se concretizem, essa será a segunda queda mensal seguida. O indicador servirá como um termômetro da economia brasileira. A expectativa dos analistas é que com a queda de juros, o setor volte a ganhar mais tração.

O “problema” é que apesar de o BC reforçar que haverá mais cortes na Selic, a preocupação com a questão fiscal pode mudar um pouco essa rota, o que tende a impactar não só o varejo como a economia como um todo.

Por falar em riscos fiscais, hoje deve acontecer a votação da reforma tributária no plentário do Senado. O assunto é importante porque é mais uma medida do governo para aumentar a arrecadação e, assim, cumprir não só com o arcabouço fiscal, mas o objetivo de manter as contas públicas saudáveis.

Segundo reportagem do Valor, a oposição não deve criar dificuldades para a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no Senado, o que pode trazer otimismo para o pregão de hoje à medida que o assunto avança no Congresso.

Para quem não sabe, a medida propõe mudanças como a simplificação de impostos, com a substituição de cinco tributos por um Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA); a sobretaxa sobre a produção e comercialização de bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente (como cigarros e bebida alcoólica) e a criação de uma tributação específica para serviços prestados por profissionais liberais como contadores e advogados.

Além de indicadores e de movimentações políticas, o mercado monitora também falas de Roberto Campos Neto, presidente do BC, em Nova York. O mandatário faz palestra às 15h40, de Brasília, no evento Valor’s 11th Annual Summit, organizado pelo Valor Capital Group. Os investidores acompanham as falas em busca de mais pistas sobre o que pode impactar o futuro dos juros por aqui, já que a ata do Copom divulgada ontem reforçou que os riscos fiscais podem atrapalhar os planos.

Mas Campos Neto não é o único presidente de banco central que está na mira hoje. Jerome Powell, presidente do Fed, discursa às 11h15 de Brasília. O mercado aguarda para ver se o mandatário confirma (ou pelo menos dá pistas) a pausa na alta dos juros americanos. A expectativa, inclusive, é de que as taxas voltem a cair já em maio. Esse cenário mais otimista se deve aos dados de emprego mais fracos divulgados na semana passada, que evidenciam um arrefecimento da atividade por lá, o que tem como consequência menos pressões inflacionárias, justamente o que o Fed tenta conter.

Por fim, na agenda do dia, a temporada de balanços continua tendo destaque. Agora pela manhã, a Eletrobras divulgou um lucro líquido de R$ 1,48 bilhão no terceiro trimestre e o BTG teve lucro líquido ajustado de R$ 2,73 bilhões, além do recorde de receitas.

Dólar real — Foto: Getty Images
Dólar real — Foto: Getty Images



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