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Copom decide juros nesta quarta, no encontro mais misterioso dos últimos tempos | Moedas e Juros


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide sobre os juros nesta quarta-feira (8). A taxa Selic é referência para a economia e serve de parâmetro para os juros dos empréstimos e das aplicações financeiras. A maioria do mercado prevê uma redução da Selic menor neste encontro em comparação aos anteriores.

Entre as 118 instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor, 78 aguardam um corte de 0,25 ponto percentual na taxa, dos atuais 10,75% ao ano para 10,50% ao ano. Já 40 ainda esperam uma redução de 0,50 ponto percentual nos juros, a mesma magnitude dos encontros anteriores, dos atuais 10,75% ao ano para 10,25% ao ano.

O mercado está apostando em cortes mais devagar na Selic porque a percepção de riscos para a inflação aumentou. Os riscos são relacionados ao exterior e às contas do governo, os tais riscos fiscais.

Abril foi marcado por uma piora expressiva no ambiente externo. Dados de inflação piores do que o aguardado e de atividade econômica forte postergaram as apostas de cortes de juros pelo banco central americano (Federal Reserve, Fed). Ainda, o aumento das tensões geopolíticas deu força ao dólar e ao petróleo, o que causou uma elevação do pessimismo em relação à inflação.

No Brasil, o anúncio do governo de revisão das metas fiscais ampliou a percepção de risco em relação à dívida brasileira, contribuindo para que o dólar encostasse em R$ 5,30.

Todos esses motivos fizeram com que Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, viesse a público com uma comunicação que aumentou a incerteza do mercado sobre as possibilidades para esta reunião do Copom. Na prática, ele abandonou a comunicação de que mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros era adequado.

Contudo, mais recentemente, algum alívio no exterior com a postura do banco central americano trouxe de volta ao radar a possibilidade de corte de 0,50 ponto percentual na Selic nesta quarta-feira e aumentou a incerteza.

Além do corte de juros em si, o mercado estará atento à comunicação do Copom e às dissidências entre os seus integrantes. Está no radar principalmente o posicionamento de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária e cotado para assumir a cadeira de Campos Neto, cujo mandato termina no fim deste ano.

*Com Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

 — Foto: Getty Images
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