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Como a inflação abaixo do esperado mexe com a Selic, com a bolsa e com o seu bolso? | Brasil e Política


A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerrou março em 0,16%, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira (10). O resultado veio bem abaixo do esperado pelo mercado e alivia não só os consumidores, como os investidores também.

Mas afinal, de que forma isso impacta o bolso e a bolsa?

Um dos efeitos mais “óbvios” da inflação é sentido no bolso do consumidor na hora de fazer suas compras. Afinal, ela mostra que de um modo geral as coisas estão mais caras. No entanto, uma consequência não tão evidente dessa alta de preços está nos investimentos. Isso porque o aumento (ou corte) da taxa de juros depende da inflação.

Quando a inflação está alta, um dos instrumentos que o Banco Central tem para controlar esse aumento dos preços é a taxa de juros. Ao aumentar os juros, o BC “encarece” o dinheiro. Portanto, os empréstimos e financiamentos (tanto dos consumidores como das empresas) ficam mais caros. Assim, há menos consumo, menos dinheiro em circulação. Com isso, os preços tendem a voltar a cair. E “voilá“, a inflação entra nos eixos novamente.

Por outro lado, se a alta dos preços está controlada, o Banco Central pode cortar os juros (e, portanto, “baratear o dinheiro”) para incentivar que as pessoas e empresas gastem sem que isso compromta o bolso delas, já que a inflação está em ordem. E isso serve como um estímulo para a economia crescer.

O momento atual é de queda da Selic, a taxa básica de juros. A trajetória de cortes começou em agosto do ano passado após o Banco Central concluir que o cenário era positivo para isso (ou seja, com inflação dentro do controle). Desde então, as quedas têm sido de 0,5 ponto percentual.

Agora, o mercado espera uma aceleração nesses cortes, mas isso depende justamente de uma inflação mais comportada. Essa, inclusive, é uma das preocupações do Banco Central, que deixou em aberto o que vai acontecer com os juros no futuro. Na ata da última reunião do Copom, a autoridade monetária evidenciou essa é uma das razões para não acelerar os cortes da Selic, pelo menos por enquanto.

No documento, a autoridade monetária afirmou que “há uma necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta”. Para quem não sabe, a meta de inflação perseguida pelo BC neste ano é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Portanto, o IPCA ter vindo menor do que o esperado traz um alívio, já que mostra que a alta dos preços estão crescendo de forma menos acelerada e voltando a estar sob controle.

inflação césta básica alimentos supermercado — Foto: Getty Images
inflação césta básica alimentos supermercado — Foto: Getty Images



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