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Brasil se mantém em quarto lugar em ranking de países com o maior juro real | Moedas e Juros


Após o corte de juros nesta quarta-feira (8), o Brasil continuou em quarto lugar no ranking de países com o maior juro real, que desconta a expectativa de inflação. A taxa brasileira é de 6,4%. A Turquia aparece em primeiro lugar no ranking, com juro real de 16,3%. Em seguida está a Rússia, com 10,7%, e na sequência está o México, com 7,4%.

A compilação foi elaborada pelo Valor Data, com base em dados do Boletim Focus do Banco Central, da B3 e da Trading Economics e considera apenas os países do G-20, composto por 19 nações e pela União Europeia, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Contudo, países menos desenvolvidos possuem taxas maiores que a Turquia, a Rússia, o México e o Brasil.

O ranking foi feito usando as taxas básicas de juros dos países divulgadas mais recentemente. Já o cálculo para o Brasil considera um derivativo (contrato financeiro negociado na B3), descontando a expectativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os próximos 12 meses.

Em quinto lugar, estão empatados a Indonésia e o Reino Unido, com taxa de 3,7% e, na sexta posição, ficam empatados os Estados Unidos e a África do Sul, com juros reais de 3,4%. Arábia Saudita aparece em seguida, com um juro de 3,3% acima da inflação.

O Brasil foi o primeiro país da América Latina a aumentar os juros, antes de Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai. Desde março de 2022 até maio de 2023, o Brasil sustentou a posição de país com o maior juro real do grupo analisado. Entretanto, como seus pares na América Latina, começou a descer posições com os cortes de taxas que vêm se consolidando.

O Banco Central brasileiro cortou a Selic pela sétima vez consecutiva hoje, com a inflação mais controlada. Conforme o Boletim Focus mais recente, a expectativa é que os juros terminem em 9,63% neste ano.

Contudo, boa parte do sucesso das reduções de juros no Brasil depende dos países mais desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos, porque as taxas no exterior ditam o fluxo de capital por aqui.

Abril foi marcado por uma piora expressiva no ambiente externo. Dados de inflação piores do que o aguardado nos Estados Unidos e de atividade econômica forte no país postergaram as apostas de cortes de juros pelo banco central americano (Federal Reserve, Fed). Ainda, o aumento das tensões geopolíticas deu força ao dólar e ao petróleo, o que causou uma elevação do pessimismo em relação à inflação.

Contudo, mais recentemente, houve algum alívio no exterior com a postura do banco central americano, o que aumentou a incerteza.

 — Foto: Getty Images
— Foto: Getty Images



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