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Avenue quer melhorar fluidez bancária entre Brasil e Estados Unidos | Investimento no Exterior


A Avenue nasceu com a proposta de aproximar investidores no Brasil de ativos no exterior. Tornar a operação direta descomplicada, mas conforme as regras das autoridades monetárias. Inicialmente, o mercado americanofoi o eleito como ponto de partida, por ser mais robusto e ter liquidez.

A empresa que ganhou força justamente na pandemia, quando outras penavam para ficar de pé, agora quer ampliar os horizontes. Ou melhor, a carta de serviços. Antes, o foco era claro: investimento e só. A parte de serviços financeiros era mais um acessório.

Agora, além de continuar diversificando o cardápio de investimentos para todos os públicos; dos super ricos ao varejo, dos conservadores aos arrojados; a corretora quer oferecer facilidade nas operações bancárias entre Brasil e Estados Unidos.

Felipe Penna, diretor da Avenue — Foto: Divulgação
Felipe Penna, diretor da Avenue — Foto: Divulgação

A ideia é atender a públicos como do universo de jogos (gaming) criadores de conteúdo que recebem em dólar, pessoas que têm imóveis fora e recebem aluguel ou o clássico caso de quem tem parentes estudando fora e precisa quitar contas. Enfim, oferecer instrumentos para o dia a dia, reduzindo as barreiras entre o lá e cá.

As movimentações para ampliar a gama de serviços começaram no ano passado, com a sociedade com o Itaú, firmada em julho, quando a instituição brasileira adquiriu uma fatia da Avenue. Com a parceria, a expectativa é absorver a expertise do Itaú no mundo bancário.

Este ano, mais um reforço: a contratação de Felipe Penna como diretor da área de serviços financeiros bancários. O executivo chegou a Avenue há quatro meses, trazendo na bagagem passagens por empresas como Citibank, Mastercard, American Express e Banco Original.

Num futuro próximo, todo brasileiro vai ter uma conta no exterior. A fronteira do sistema financeiro está ruindo de uma maneira positiva. O caminho que a gente quer seguir é permitir que o cliente use, no Brasil, o dinheiro que recebeu nos Estados Unidos. Não vamos abrir um banco no Brasil, para isso já temos o Itaú do nosso lado. Vamos permitir a fluidez do dinheiro entre Estados Unidos e Brasil seguindo uma série de caminhos.”, afirma Penna.

Para ele, caso de uso de viagem não fica de lado, até porque é uma porta de entrada para as contas internacionais. “Mas temos uma série de outros casos de uso que abrem as portas para necessidades maiores de frequência. O cotidiano é o que faz a preferência do cliente. É o que torna o cliente fiel a um banco ou outro”, completa.

Entre esses caminhos, está o lançamento de um fundo de liquidez, conhecido nos Estados Unidos como Money Market Funds. O produto serve como uma alternativa para a reserva de emergência em dólar, oferecendo alta liquidez. Uma espécie de fundo DI no Brasil.

Os resgates podem ser solicitados a qualquer momento e o dinheiro leva até dois dias para cair na conta transacional, sem taxa de corretagem e nem imposto de sucessão. O investimento é a partir de US$ 1 mil. A proposta é similar a de concorrentes como C6 e Nomad.

Por falar em concorrentes, desde a chegada da Avenue, o negócio de investimento direto no exterior por conta internacional chamou a atenção de empresas como XP, Bradesco e C6, que passaram a atuar também nesta frente. Mas para Penna, há muito espaço para expandir e a concorrência de peso é bem-vinda, porque estimula operações que seguem o arcabouço regulatório e disseminam esses tipos de investimentos, alcançando um público maior.

Segundo o executivo, menos de 1% dos brasileiros possui alguma relação com investimentos no exterior. Há mercado o suficiente para quem quer vir chegando. “Tem 99% que ainda não têm. Todos eles vão se interessar? Talvez, não. Mas tem muita gente para conquistarmos“, diz.

E em meio a um ambiente mais disputado, uma forma para não só coexistir mas para crescer e até sair na frente é olhando para o varejo. A Avenue foi uma das primeiras a defender que os investimentos no exterior não deveriam ser restritos aos cliente do segmento “premium”, com muito dinheiro.

“Não temos um foco unicamente nos muito ricos. Nossa briga não é prioritariamente ir atrás do cliente private de outro banco. Buscamos o cliente que não é necessariamente um private, mas que está numa camada da população mais favorecida, mas não são ultra ricos“, afirma Penna.

Segundo Penna, é importante familiarizar o brasileiro com o sistema bancário americano, que é bem diferente do nosso. Recentemente, a Avenue passou a oferecer os cartões adicionais para que os clientes possam dar aos filhos, como ocorre aqui, e também explicar como funciona e facilitar a trasnferência entre contas.

Ainda nessa direção, será lançado também o cartão multimoedas. Na verdade, este produto adiciona ferramentas ao cartão da Avenue, que pode ser carregado em dólar e usado em mais de 180 países, assim como os serviços de pagamentos como da Wise, mais focados em viagens. Em breve, ele poderá ser carregado em euro e, após os testes, também em libra.

A estrada para chegar a fluidez bancária entre países ainda enfrentará diversas etapas, mas o desejo da empresa é que, um dia, o dinheiro nem precise passar de um pais para o outro, em remessas. Mas possa simplesmente ser usado pelos clientes onde estiverem.



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