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Agenda da semana: respostas sobre a reunião do Copom, inflação dos EUA e prévia do PIB | Mercados


Mais uma semana recheada de dados econômicos se aproxima, e os mercados devem continuar com apenas aquilo na cabeça: o futuro dos juros. Indicadores de inflação nos Estados Unidos devem reforçar ou minar de vez as projeções para dois cortes nas taxas do Federal Reserve (Fed, banco central americana). A elevada incerteza sobre as pressões inflacionárias tem feito os cenários oscilarem consideravelmente nos últimos meses, o que também afeta o horizonte para queda da Selic por aqui.

A projeção atual é de dois cortes nas taxas do Fed, mas com uma margem bastante desconfortável, graças às últimas sinalizações de dirigentes da autoridade monetária americana. As apostas para um corte na reunião de setembro ou na de novembro estão até mais certas, a visão de um segundo corte na reunião de dezembro, no entanto, é que parece menos convincente ao mercado – 35,3% dos agentes acreditam neste cenário, contra 35% que veem manutenção dos juros no intervalo entre 5% e 5,25% após a primeira queda.

Esta é a bússola para a política monetária no resto do mundo hoje.

Se houver mais garantias da queda dos juros nos EUA este ano, o Banco Central (BC) do Brasil ganharia espaço para cortar a Selic sem que o mercado doméstico seja afetado pelo desequilíbrio cambial provocado pela fuga de dólares.

A missão é não deixar o real se desvalorizar muito ante o dólar, porque isso, sim, traria efeitos inflacionários mais perenes e devastadores à economia.

Mas ainda há muitas questões que precisam ser respondidas, e parte dessas respostas podem residir nos dados desta semana. Confira o calendário:

  • Segunda é dia do Boletim Focus semanal, que deve refletir a visão do mercado brasileiro para IPCA, juros e PIB. O documento sai às 8h25 e o Valor Investe solta a cobertura logo na sequência para você entender, tim-tim por tim-tim, todo o economês do documento. Já na última sexta-feira, agentes de mercado elevaram suas estimativas para a inflação de prazos mais distantes (2025, 2026 e 2027), diante do aumento da desconfiança em torno da condução futura da política monetária no Brasil após a divisão do Copom.
  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve participar, às 14h, do 8º Congresso do Contencioso Tributário da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em Brasília. No mesmo dia, ele realiza reuniões com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para tratar da próxima edição do Plano Safra, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, para tratar de prevenção a desastres.
  • Há possibilidade de Haddad participar do anúncio no Palácio do Planalto do projeto que trata da dívida do Rio Grande do Sul com a União.
  • A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tem viagem prevista para o Amapá com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para tratar das rotas de integração com países da região. Ao longo da semana, deve ir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Chile.
  • Um dos eventos mais importantes do calendário econômico desta semana é a ata do Copom, publicada às 8h nesta terça, com mais detalhes sobre as discussões acerca da redução da taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 10,50% ao ano. A decisão dividiu o colegiado, com cinco integrantes votando pela redução de 0,25 ponto percentual e outros quatro defendendo o corte de 0,5 ponto.

Além disso, o colegiado deixou de sinalizar qual seria o andamento da política monetária para a próxima reunião, marcada para 18 e 19 de junho. Desde o início do atual ciclo de cortes de juros, em agosto de 2023, o Copom vinha fazendo sinalizações dos passos futuros dos juros.

Então o mercado vai buscar pistas na ata de quais foram os argumentos de cada lado e o que teria levado o colegiado a abandonar as sinalizações para a Selic na reunião da semana passada. Teria sido o último corte da taxa o derradeiro deste ciclo?

O Valor Investe trará a cobertura completa de tudo que aparece na ata e como o mercado receberá o documento na sequência da publicação, ainda pela manhã.

  • Na terça, Haddad deve se reunir com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O ministro também pode ser parte da equipe que anunciará a linha de crédito subsidiada voltada para pessoas físicas no Rio Grande do Sul.
  • Os EUA divulgam dados do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) referentes ao mês de abril.
  • Presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um painel sobre política monetária em Amsterdã e o mercado buscará sinais sobre a sua visão para os juros nos EUA este ano.
  • A Alemanha divulga o indicador de inflação ao consumidor medido pelo CPI referente ao mês de abril. O país tem o maior mercado na zona do euro e exerce pressão relevante sobre o cenário regional.
  • Na quarta-feira, o BC divulga o IBC-Br, conhecido como “prévia do PIB”, referente ao mês de março às 9h. Também está prevista a divulgação dos resultados do questionário pré-Copom. O questionário foi enviado pelo BC a agentes de mercado duas semanas antes da reunião do comitê e contém perguntas sobre o cenário econômico brasileiro e internacional.
  • Haddad tem reunião prevista com o ministro da Educação, Camilo Santana.
  • Serão divulgados dados de inflação ao consumidor medido pelo CPI (na sigla em inglês) nos EUA referentes a abril. Também saem dados das vendas no varejo americano no mês passado.
  • A União Europeia divulgará o PIB do primeiro trimestre deste ano na zona do euro. França publica dados de inflação ao consumidor medido pelo CPI (na sigla em inglês) referentes ao mês de abril.
  • O Japão também divulga o seu PIB do primeiro trimestre deste ano.
  • Na quinta, Haddad deve se reunir com Eduardo Ricotta, CEO para a América Latina da produtora de turbinas eólicas Vestas, e Luiz Augusto Barroso, diretor-presidente da empresa de energia PSR.
  • EUA divulgam os dados mensais de produção industrial referentes a abril.
  • À noite aqui no Brasil (manhã do dia seguinte na Ásia), a China informa dados de produção industrial no acumulado do ano e em 12 meses até abril, índice de desemprego do mercado e as vendas no varejo.
  • União Europeia informa o dado de inflação medido pelo CPI referente ao mês de abril. França informa dados de desemprego.
  • O Japão divulgará dados de produção industrial em março.

Com informações do Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

Agenda calendário — Foto: Getty Images
Agenda calendário — Foto: Getty Images



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