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Ações sensíveis a juros disparam na bolsa; veja quais sobem em dia de Copom | Moedas e Juros


Nesta Super Quarta, dia de decisões sobre o futuro dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, as ações ligadas à demanda no mercado doméstico dispararam na bolsa. As cinco maiores altas do Ibovespa hoje (20) foram de papéis sensíveis a juros.

A Azul, que liderou os ganhos durante todo o pregão, subiu 11,68% no dia, a R$ 15,11. Com relatórios de J.P. Morgan e Goldman Sachs recomendando compra do papel nesta semana, a aérea tocou os R$ 15,50 na máxima do pregão durante a manhã de hoje. Ainda no setor de aviação, Gol subiu 6,09%, a R$ 6,79, como a terceira maior alta do Ibovespa.

Antes, veio CVC, com o segundo lugar em valorização na sessão de hoje. A ação avançou 7,62%, a R$ 2,40. A quarta posição ficou com Alpargatas, que teve alta de 4,74%, a R$ 8,39, seguida por Natura, que valorizou 4,46%, a R$ 15,93.

As ações de consumo cíclico doméstico se sustentam no campo positivo conforme se aproximam as divulgações das decisões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do Banco Central do Brasil.

A expectativa para os EUA era de manutenção das taxas na reunião de hoje, o que se confirmou durante a tarde, enquanto, por aqui, o mercado embute nos preços desses ativos mais um corte de meio ponto na Selic – e a segunda desse ciclo de queda dos juros brasileiros. A medida levaria a taxa de referência a 12,75% ao ano.

Cabe lembrar que a não elevação das taxas de juros nos EUA é crucial para sustentar as condições para queda do juro aqui até 2024 – considerado o horizonte de corte da Selic pelo BC.

Para essas ações que sobem hoje, a notícia é boa porque seus negócios dependem das condições de consumo por aqui. Com juros mais baixos, o capital fica mais barato, e o poder aquisitivo da população aumenta.

Durante a pandemia, período em que o consumo caiu em muitos setores (principalmente os ligados a viagens), e os juros chegaram a 2% ao ano, parte dessas empresas tomou crédito no mercado, o que elevou seu endividamento.

E com a escalada da Selic de 2% a 13,75% ao ano em um período de 12 meses, o bolo da dívida dessas companhias aumentou, junto com o custo desses empréstimos. Renegociar essas dívidas também ficou mais difícil, o que obrigou muitas a fazerem ofertas públicas de ações para se capitalizar.

No fim, os preços desses papéis vinham sendo penalizados duplamente: pela desconfiança de investidores sobre a capacidade das empresas se reerguerem em curto prazo e pela necessidade que tiveram de ir a mercado em um período de baixo apetite por risco.

Hoje – quem sabe -, podem continuar a consolidar esse horizonte de virada nesses papéis, que tendem a recuperar seus patamares de preços conforme a Selic baixa. A ver o que indicará o Copom.

Desse grupo de ações sensíveis a juros, também subiram de forma significativa hoje:

  • Cyrela, com alta de 2,13%, a R$ 22,03.
  • MRV, subiu 2,06%, a R$ 11,38
  • Aliansce Sonae, alta de 1,21%, a R$ 23,50;
  • Locaweb, também subiu 1,21%, a R$ 6,68;
  • Grupo Soma, que teve alta de 0,97%, a R$ 7,30;
  • Eztec, em alta de 0,94%, a R$ 21,40; e
  • Iguatemi, subiu 0,86%,a R$ 21,01.
 — Foto: Getty Images
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